Como “fazer negócio” em São Vicente: um modelo de sucesso (ou não)


S e há algo que se destaca em São Vicente, é o espírito empreendedor de alguns dos nossos empresários. Ou, melhor dizendo, a sua criatividade em contornar as regras. Afinal, quem é que precisa de licenças e de cumprir as normas, quando se tem a "amizade certa" e um pouco de... ousadia?

Tomemos como exemplo uma empresa que, já há alguns anos, decidiu instalar-se em edifícios ilegais. E nem foi necessário esconder o feito. Aliás, os edifícios foram erguidos no leito da Ribeira de São Vicente, sem as devidas licenças de utilização e, claro, sem respeitar os afastamentos obrigatórios. Segurança? Normas de construção? Isso deve ser coisa para outros concelhos. Aqui, em São Vicente, as regras são apenas uma sugestão.

E o melhor de tudo: a empresa não se limitou a fazer um "arranjo" no centro histórico. Para dar mais sabor à coisa, abriu uma pedreira ilegal. E como qualquer bom projeto secreto, os detritos de lama são cuidadosamente despejados na Ribeira, mas só à noite, como é óbvio, para que ninguém repare. Talvez seja um novo conceito de "gestão ambiental noturna".

Mas a obra não ficou por aí: depois da pedreira e dos edifícios ilegais, claro que uma boa loja tinha de ser aberta para celebrar o sucesso. E quem melhor para cortar a fita do que o próprio, Pedro Calado o homem de quem se fala, que inaugurou o espaço com um sorriso e uma formalidade que só ele sabe fazer. Parece até cena de filme, mas, na realidade, foi tudo muito normal. Um empreendimento de sucesso, sem dúvida.

E o mais intrigante: este processo está há anos na gaveta da Câmara Municipal de São Vicente. Pergunta-se: onde será que esse processo está guardado? Na gaveta do vice-presidente, talvez? Ou, quem sabe, na do próprio presidente? O que é certo é que o assunto não parece ser uma prioridade para ninguém. Parece que a justiça anda de férias, ou quem sabe, a relaxar um pouco.

Agora, pergunto eu: como é possível que isto ainda aconteça em pleno 2024? Como é que a fiscalização passa ao lado de tantos atropelos às normas? Como é que a Câmara de São Vicente ainda faz vista grossa a situações como esta, onde os empresários parecem achar que podem fazer o que quiserem? Para quem vive por aqui, a sensação de impunidade é quase palpável.

Por isso, parabéns a todos os envolvidos. Estão a dar um exemplo brilhante de como "fazer negócios" sem grandes complicações. Afinal, quem precisa de regras quando se pode simplesmente ignorá-las e, quem sabe, ainda ter um sorriso amigo para garantir que nada aconteça? A justiça, pelo visto, já se foi embora.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 30 de Novembro de 2024
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