Entrevista quase surreal do responsável cessante pela Protecção Civil


O ntem, a última sexta-feira de 2024, fomos "brindados" na rádio pública (gerida por interesses privados) com a fava de uma "grande entrevista" ao responsável pela Protecção Civil na Madeira, entidade que, ao que se passou a saber, custa 4 milhões de euros anuais aos contribuintes madeirenses e portugueses.

Após o "acto de contrição" a respeito a sua intervenção nos incêndios (em que reconheceu a sua incompetência técnica, do ponto de vista operacional; um caso clássico de "cumprimentar com o chapéu alheio") e os habituais "hossanas" aos políticos regionais (o "regional-lambebotismo"), eis que, de forma muito preocupada (...), veio falar do edifício mais alto do Porto Santo (por sinal um hotel do Grupo Sousa) que não tem uma "escada de incêndio", o que pode originar uma desgraça humana caso alguém decida, por exemplo, usar o gás (enchido e comercializado pelo mesmo Grupo Sousa) de modo (no mínimo) negligente.

Antes de mais, o que é que andam os serviços de Inspecção do Turismo, das Actividades Económicas, da Protecção Civil e até da Defesa do Consumidor, repito, o que andam a fazer para impedir que este estabelecimento ainda esteja a funcionar?!

Se tal responsável tem uma especial ligação ao Porto Santo (serão já saudades futuras de eventuais benesses concedidas pelo "Dom Corleoni da ilha"?...), um corolário da mesma parece ser uma cumplicidade com o Grupo Sousa numa situação de risco potencial para a segurança de pessoas e bens. 

Parece que essa escada custa 2 milhões de euros, se ouvi bem.  E depois, este "especialista" em gestão de recursos humanos, relembrando que reconheceu a própria incompetência operacional (andamos a brincar aos cargos....), ainda resolveu lançar o "bitaite" dos duodécimos do orçamento da Região, como obstáculo à aquisição da dita escada. 

Como é que é? Será que ouvimos bem?

O empreendimento hoteleiro é privado e terão de ser os contribuintes a pagar pela escada para benefício exclusivo do Grupo Sousa????

Isto revela uma promiscuidade completa, nem que seja a nível de mentalidade, preocupante, de pessoas como esta, aparentemente incapazes de distinguir o interesse público do privado. Ou percebem muito bem...

Relativamente ao Orçamento Regional e à questão dos duodécimos, este senhor (que pelos vistos também não é economista), antes de (uma vez mais) falar do que não entende, deveria - tal como muitos políticos e advogados - aprender a diferença entre 3 perspectivas: a económica, a financeira e a monetária.

A condicionante dos duodécimos tem a ver, basicamente, com a forma de faseada de pagamento dos compromissos assumidos pela Região, previstos no ano anterior, não com o valor global de uma eventual adjudicação. 

Para tentar ser mais simples, seria como como comprar um carro - ou até a "escada do Grupo Sousa"... - às prestações. Forma ou modo de pagamento que é sempre possível negociar, com ou sem condicionantes duodécimais. 

São estes "relevantes serviços" dos militares que temos, que não percebem nada disto e que vão todos contentes para a reserva para, mais tarde, terem uma reforma dourada paga por todos nós.

Uma vergonha. Calado (não confundir com "o Lavrador" que quer "desenvolver o Monte") teria sido um poeta.

Do ponto de vista dos jornalistas, ao ouvirem estas declarações, os primeiros telefonemas teriam sido para as entidades obrigadas a  fiscalizar o hotel mais alto do Porto Santo. Nada fazendo (eles que se acham "donos" da opinião pública... e da opinião que se publica) tornam-se de igual modo cúmplices duma eventual tragédia humana.

Não serão melhores do que Albuquerque na postura (canalha) adoptada nos incêndios e que o extinto Max me "psicografou":

Terra Amiga
Como tu não há igual
Mais vale ver a ilha ardida
Que sair do areal.

Porto Santo
Nome que ficava bem
S' o bispo tivesse encanto
E a imprensa também.

Idem para o Ministério Público, pois estaremos a falar de uma figura conexa à de um "crime continuado por omissão". 

Chamem a Polícia.

Um abraço da Maria Gustava dos Prazeres e Morais, deveras ansiosa por ler os programas de governo que os partidos da oposição têm para apresentar ao eleitorado.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 28 de Dezembro de 2024
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