Quando leio louvores/laus Deo ao legado do PSD-M, sobretudo aos “bons tempos” de AJJ, sinto incómodo. Vamos a factos:
L iberdade de pensar/expressar-se. De regresso à Madeira vinte anos após o 25 Abril, fiquei siderado com a reação de muitas pessoas quando tentava entabular uma conversa que envolvesse política, mesmo perto de eleições. Ficava a falar só. Medo, que ainda perdura. As pessoas como que se autobloqueavam, abdicando de se expressar! Acresce o aliciamento a alguns e a perseguição a quem não se rende. O caminho para a bancarrota estava livre!
Situação económico/financeira. Começámos sem défice no início da Autonomia; a República, no tempo de Guterres, pagou a quase totalidade da nossa dívida; entraram milhares de milhões de ajudas da União Europeia e as receitas resultantes dos impostos dispararam mas, isso não impediu que a Região entrasse em falência, com uma bancarrota declarada – PAEF, que nos obrigou a aumentar brutalmente os impostos (IVA passou de 15 para 22%, mais 46%!) e causou um grande surto emigratório. Obras orçamentadas num valor que acabam por custar várias vezes mais (vamos ter o mesmo com o novo hospital?); obras desnecessárias efetuadas para lucro dos donos disto tudo (DDT); entrega de dezenas de milhões de euros todos os anos ao grupo Pestana via CINM, etc.
Lembro os 1,2 mil milhões de euros (equivalente a um orçamento, na altura) escondidos do povo e do Tribunal de Contas. Numa terra com 250 mil pessoas, isto coloca AJJ no patamar da desonestidade/incompetência profunda.
Num arquipélago, entregar os portos a uma empresa cujo proprietário conseguiu (com o incentivo/anuência de AJJ e de MA) uma situação equivalente a um monopólio no transporte de e para a Região, significa vergar o povo aos interesses de um empresário.
Mau exemplo social: AJJ comportou-se frequentemente como um boémio/bêbado (foto em cuecas; “rasteira” do John Walker; bastardos/filhos da …, patas-rapadas, idas a Brochelas, etc.); MA com as suas “cólicas renais”, etc.. Não espanta que tenhamos 97% dos condutores controlados a acusarem álcool no sangue, drogados em número assustador, pancadaria na via pública, etc.
Desastre social: a nível nacional ocupamos o pódio nos maus indicadores: maior abandono escolar, iliteracia, analfabetismo, risco de pobreza, salário médio mais baixo, maior emigração (só não tivemos uma redução brutal na população porque chegaram os luso-venezuelanos e imigrantes reformados/endinheirados).
Temos ainda o impacto das dificuldades na aquisição de habitação, no acesso à saúde, a instrumentalização das empresas/instituições públicas para mais “jobs for the boys/girls” por nomeação ou por pseudoconcursos, onde os melhores muitas vezes são excluídos.
Apropriação e instrumentalização do quarto poder: os jornais (DN e JM) e rádios pertencem aos DDT. A RTP-M, ao que consta, é telecomandada pelo senhor que capturou os ilhéus… Não vou falar do que se passa com o poder judicial…
Claro que nem tudo foi mau. Para que a coisa “rodasse dentro da legalidade” fizeram-se estradas, escolas e centros de saúde. Mas, olho sempre com desconfiança para tudo o que se fez ou vai fazer, bom ou mau, dado o currículo destes 2 últimos presidentes.
Quanto a MA, o Ministério Público aguarda que deixe de estar protegido pela imunidade para o interrogar por:
- corrupção ativa e passiva,
- prevaricação,
- recebimento indevido de vantagem,
- tráfico de influência,
- participação económica em negócio,
- abuso de poder
- atentado contra o estado de direito.
Não fosse dramático, seria para rir com a sua lengalenga sobre instabilidade governativa/execução obras. Junte-se mais uns tantos secretários também indiciados. Vergonha!
Defesa da Autonomia. Alguém sério acredita que a defesa da nossa Autonomia pode ser assegurada por gente deste calibre? Além disso, sem independência económica a Autonomia é uma quimera e nós estamos tecnicamente falidos…
Isto é apenas a ponta do icebergue do legado da governança do PSD-M.
A todos, feliz ano novo.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 28 de Dezembro de 2024
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