M iguel Albuquerque, um verdadeiro exemplo de persistência e dedicação! Enquanto outros meros mortais se deixam abater por coisinhas como indiciações por oito crimes, tu manténs-te firme, de cabeça erguida e cheio de determinação. Porque abdicar do poder? Afinal, o que são uns míseros casos de prevaricação, corrupção, abuso de poder e tráfico de influências comparados à tua gloriosa missão?
E que missão! Vamos dar uma olhadela ao teu alegado currículo criminal, já que não queres largar o cargo. Prevaricação, por exemplo, é quando um responsável público toma decisões contra a lei ou os seus deveres para beneficiar terceiros ou si mesmo. É como adjudicar uma obra pública a amigos ou empresas cúmplices, algo tão... honesto, não é? Tipo RIM, casa de campo, soa alguma coisa?
Depois temos o recebimento indevido de vantagem, que é quando alguém em funções públicas aceita presentes, dinheiro ou favores em troca de “facilitar” decisões. Nada melhor do que um relógio de luxo ou umas férias pagas, claro. Aliás, seria falta de educação recusar.
E que dizer da dupla corrupção passiva e corrupção ativa? Na passiva, o agente público aceita ser corrompido (dinheiro em troca de favores), enquanto na ativa, alguém oferece subornos para comprar favores. Só falta transformar a tua administração num balcão de supermercado com promoções semanais.
Mas há mais! Participação económica em negócio, por exemplo, é quando alguém usa a sua posição para intervir em contratos ou negócios de forma ilícita, geralmente para ganhar uns trocos extra ou favorecer os amigos. Não sejas modesto, Miguel, criatividade é o teu forte.
E quem não gosta de um bocadinho de abuso de poder? Afinal, para quê usar os recursos públicos com transparência quando se pode canalizá-los para fins pessoais ou partidários? Recursos do povo? Isso é para os fracos!
Por fim, tráfico de influências, essa arte de usar a posição para abrir portas (ou cofres) em benefício próprio ou de terceiros, prometendo influenciar decisões. É quase como ser um consultor de luxo... só que pago debaixo da mesa.
Que grande lição de resiliência nos dás, Miguel! Enquanto o comum cidadão, apanhado a estacionar em segunda fila, já sente o peso da consciência, tu encaras um rol de acusações graves com a leveza de quem vai tomar um café na esplanada. Uma inspiração, sem dúvida.
Deixa-me adivinhar: também vais dizer que todo este escândalo é uma cabala, uma conspiração, uma perseguição política? Claro, porque ninguém compreende a tua nobreza de espírito. És apenas mais uma vítima de invejosos que não conseguem lidar com o brilho da tua liderança impecável.
Portanto, Miguel, continua. Não te deixes abalar. Porque, no fundo, o país inteiro precisa de um lembrete constante do que não se deve fazer em cargos de poder.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2025
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