A Travessia do Mar: como o setor marítimo da Madeira naufragou na mediocridade


A Dra. Mafalda Araújo Freitas foi, sem dúvida, uma das poucas vozes que garantiram seriedade, competência e dedicação na Direção Regional do Mar da Madeira. Natural da ilha, bióloga marinha com licenciatura em Biologia Marinha e Pescas pela Universidade do Algarve, e mestrado em Gestão de Empresas, Mafalda Freitas deixou um legado de profissionalismo e respeito. À frente da Estação de Biologia Marinha e do Museu de História Natural do Funchal, ela foi responsável por projetos científicos de grande relevância, dedicados à preservação e estudo da fauna marinha da Madeira, com destaque para a biodiversidade de Porto Santo.

Além do seu trabalho técnico, Mafalda era uma líder visionária. Primeira mulher a presidir o Clube Naval do Funchal, ela demonstrou, não só competência científica, mas uma habilidade de gestão que faltava ao setor. Com um papel central na Marina do Funchal e o reconhecimento do Comité Olímpico de Portugal em 2016, a sua liderança era uma lufada de ar fresco no cenário cultural e científico da ilha. Em 2022, o Prémio Femina, na categoria de Conservação do Ambiente e da Natureza, coroou a sua carreira de compromisso e inovação.

No entanto, com a sua saída e a anexação da Direção Regional do Mar à Direção Regional do Ambiente, o setor mergulhou numa espiral de desorganização e mediocridade. O novo líder da Direção Regional do Mar, Dr. Ricardo Sousa, trouxe consigo uma gestão de interesses pessoais e políticos, deixando para trás a seriedade e o compromisso com a qualidade. A sua falta de experiência relevante e a inconstância nas suas decisões demonstram uma clara falta de liderança. Infelizmente, a sua abordagem à frente da Direção é mais marcada pela falta de clareza e pela busca incessante de favores, que pela competência técnica ou visão estratégica.

O Diretor Regional das Pescas, o engenheiro Luís Ferreira, (...), é o exemplo perfeito de uma marionete nas mãos de Ricardo Sousa. Com uma qualificação duvidosa e uma postura submissa, mostra-se incapaz de assumir um papel de liderança real, preferindo ser mais um peão num jogo de poder, onde a sua função se resume a atender aos caprichos dum subordinado, em vez de promover o desenvolvimento do setor. O engenheiro, com raízes em Machico, parece mais preocupado em agradar do que em gerir, claramente refém de um sistema que coloca os interesses pessoais acima da qualidade e da ética.

Enquanto a Dra. Mafalda liderava com firmeza e compromisso, o atual cenário é um reflexo do compadrio e do favorecimento. A liderança de Luís Ferreira é apenas um reflexo distorcido da gestão anterior, onde o setor marinho da Madeira, antes respeitado, se vê imerso em jogos políticos e em decisões que comprometem o seu futuro. Um setor que, sob a liderança da Dra. Mafalda, era considerado uma referência, hoje se vê à deriva, vítima de uma gestão frágil e sem rumo.

E se a situação já não fosse suficientemente desastrosa, temos o caso do Dr. Pedro Ideia, atual responsável pelos laboratórios da Direção Regional de Pescas. Bioquímico, mas longe de ser um líder técnico, Pedro Ideia parece ser apenas mais uma peça na engrenagem de favores e subserviência. Sua relação com Ricardo Sousa é claramente baseada em uma troca de favores, onde a competência técnica se torna irrelevante. A sua postura submissa à direção da Madeira apenas reforça a falta de ética e competência que permeia a gestão atual.

O comportamento de Ricardo Sousa e Pedro Ideia tem criado um ambiente tóxico dentro da Direção Regional de Pescas, afetando diretamente o trabalho de outros profissionais sérios e comprometidos com o setor. A situação se tornou insustentável, com uma verdadeira guerra administrativa e emocional dentro da equipa. Funcionários sendo deslocados de um lado para o outro, sem qualquer explicação lógica, apenas porque estão nas "graças" dos poderosos. Se Ricardo Sousa tivesse o poder de realizar um "saneamento estalinista", não há dúvidas de que o faria, eliminando qualquer um que se oponha aos seus interesses.

Enquanto a Dra. Mafalda Freitas era um modelo de liderança e visão para o setor marítimo da Madeira, a atual gestão tem falhado redondamente. A Madeira merece mais do que este jogo de interesses e mediocridade. Precisamos de uma liderança genuína, que ponha a competência, a sustentabilidade e a ética no centro das decisões. Não podemos permitir que o setor marinho da Madeira se afunde em favorecimentos, compadrio e ineficiência.

Acreditem, a Madeira merece muito mais do que isso!


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Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
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