E ssa maravilha da União Europeia onde 27 países decidiram que fronteiras são uma chatice e que viajar sem passaporte é o sonho de qualquer turista. Criado em 1985, este paraíso da mobilidade permite que qualquer cidadão europeu circule livremente... isto, claro, desde que a Justiça não tenha outros planos para o seu passaporte.
E por falar nisso, recordemos um episódio memorável que fez história na Madeira: o caso da operação Zarco – ou como alguns poderiam chamar, "O Grande Assalto ao Contribuinte". Quem protagonizou esta novela? Nada mais, nada menos do que Pedro Calado, ex-presidente da Câmara do Funchal, e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia. A Polícia Judiciária, sempre atenta a boas oportunidades de caça ao tesouro, realizou cerca de 130 buscas, principalmente na Madeira, mas também nos Açores e no continente, para garantir que ninguém escapava à festa.
A acusação? Coisinhas de nada: corrupção ativa e passiva, tráfico de influências, abuso de poder, participação económica em negócio... ou, como se diz na gíria, o clássico "favores entre amigos". Alegadamente, Calado terá dado uma ajudinha na adjudicação de umas obras públicas – incluindo o famoso Hospital Central da Madeira. E como se sabe, um hospital dá sempre jeito... especialmente quando o dinheiro some mais depressa do que os doentes melhoram.
Mas o verdadeiro espetáculo foi o que a PJ encontrou nas buscas. Dinheiro? Sim! Mas não qualquer dinheiro: 14.300 euros em notas na casa de Pedro Calado (porque todos nós guardamos esse troco na gaveta, certo?), 25.000 dólares na casa de Avelino Farinha, e ainda um detalhe exótico: 387.000 bolívares venezuelanos. Isto sim, é diversificação de ativos! Agora, se alguém conseguir trocar esses bolívares por um café na esquina, merece um prémio.
E como terminou esta epopeia? O Ministério Público, em modo "não brincamos em serviço", pediu prisão preventiva para os três, alegando risco de fuga e potencial continuação das "atividades empresariais duvidosas". Mas o juiz decidiu libertá-los, impondo-lhes apenas algumas medidas de coação. Nada de contactos suspeitos e, claro, agora passaportes confiscados – porque Schengen pode ser um sonho, mas para alguns, viajar é agora apenas um belo conceito teórico.
E assim, um ano depois, relembramos esta grande saga judicial madeirense. Fica a lição para recordar no dia 23 de março: se vais brincar aos negócios duvidosos, talvez seja melhor não guardar o "troco" em casa. Nunca se sabe quando a PJ decide fazer uma visita surpresa.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
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