A premonição de Martinho.


C aminhamos para o fim de mais uma campanha eleitoral no meio da tempestade Martinho, enquanto se preparam os veículos para o embarque do "gado do voto", Martinho já retém as motas (link) e se preciso for, avança para os carros. Em São Martinho, traça-se o caminho, entre o temporal e um copo de vinho. Não se é popular, não se governa para o povo, mas 15 dias aguenta-se bem para 4 anos de riqueza, dos mais ricos do país, mas não dá, um chavo do seu pela sua causa, ao serviço, que pague o patrão.

São Martinho, o santo do verão tardio, sempre trouxe consigo a lenda de dividir a sua capa para proteger do frio um pobre viajante. Mas neste ano, o nome de Martinho ressoa na Madeira de uma forma diferente. Não como um gesto de caridade, mas como um aviso. 

Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente. E a chuva não bate assim.

Na freguesia de São Martinho, o destino parece traçar ironias afiadas. Ali votará um candidato que há muito se esconde atrás da sombra da imunidade, esquivando-se da justiça enquanto o mandato o protege como um manto dourado. O mesmo São Martinho que um dia rasgou a sua capa para proteger um miserável, hoje vê a sua freguesia acolher um homem que veste a impunidade como uma armadura.

E eis que, na mesma semana, chega o temporal. Batizado como "Martinho", como se a própria natureza quisesse advertir os madeirenses, com as nuvens carregadas que anunciam um dilúvio que ameaça engolir mais do que as ruas: ameaça lavar ilusões, expor verdades e arrastar consigo os escombros de um poder que se julgava inabalável. Se as sondagens deixarem, claro, às tantas vêm em estéreo para convencer melhor. Que a tempestade perdure, assim o eleitorado que tem medo justifica-se com o Martinho. Ninguém está livre de ter um eleitorado Yankee, do norte e até do sul. Espero que tenham televisões em casa para ver os resultados que já estão à vista.

Será esta coincidência um simples capricho da meteorologia ou um presságio de que a tempestade não será apenas climática? Diz-se que São Martinho trouxe a luz ao viajante perdido, mas agora parece disposto a revelar quem realmente se esconde nas sombras.

No dia 23 de março, a Madeira não verá apenas votos depositados em urnas. Verá se a tempestade foi um aviso ignorado ou o primeiro trovão de uma mudança inevitável. Pelas sondagens, começa a dar o epíteto da "Ilha da Corrupção", afinal é como outro santo dizia, Jardim da Panaceia: "a máfia no bom sentido".

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 19 de março de 2025
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