A lbuquerque usou a imunidade para se fazer de forte e de coitado. Albuquerque por diversas vezes no seu show político disse que queria falar na Justiça sobre as suas acusações, agora pode, acabe com a dupla imunidade, do Conselho de Estado e da ALRAM.
A notícia avançada pelo canal Now (no âmbito do processo 'Ab initio') e repercutida por outros órgãos, como a RTP Madeira, sobre o Ministério Público (MP) estar a preparar o pedido de levantamento das duas imunidades de Miguel Albuquerque, a de Presidente do Governo Regional e a de membro do Conselho de Estado, coloca o líder madeirense perante o momento da verdade, mas também significa que pode estar a chegar a hora e ao Diário de Notícias chegar à edição completa com Eduardo Jesus.... afastado que está Jorge Carvalho (a propósito, o Presidente da CMF não tem direito a tomada de posse no Paço Episcopal? Eduardo Jesus está na esteira da jogada habitual, deixar um Presidente substituto governar um pouco para já fazer campanha eleitoral. É isso que o DN-M já faz.
Em diversas ocasiões, Miguel Albuquerque recorreu à retórica de que "queria ser ouvido" ou que estava disponível para "falar à Justiça", no contexto da investigação que levou às eleições antecipadas na Madeira em janeiro deste ano e que envolve autarcas, políticos e empresários. Mas sempre com duas imunidades na mão e provocando eleições para se "ilibar" por sufrágio, como um plebiscito.
Em Maio de 2024, por exemplo, aquando dos desenvolvimentos do processo, Albuquerque criticou o facto de o processo se arrastar e e usou-o para fazer política. Estranho que o Presidente do Governo não tivesse tido já a ética de dizer: "Sim senhor, eu vou-me embora e quero ser ouvido.", passou o tempo a usar a imunidade. Agora é o MP que pede... agora foi/vai ser contactado pelas autoridades, agora a demora em ser ouvido já não prejudica a sua honra e a governação...
A posição institucional que Albuquerque ocupa confere-lhe uma dupla imunidade. Caso raro. Para que o seu desejo público de falar à Justiça se concretize, o MP tem o ónus de solicitar formalmente a remoção desses obstáculos legais, tal como noticiado. Veremos como atuam Marcelo e ALRAM, ainda vão levar com as culpas para proteger Albuquerque?
Neste momento, as declarações de disponibilidade de Albuquerque colidem com a realidade processual das suas funções. O "show político" de Albuquerque pode ser posto à prova, mas duas instituições também, porque será aquele arrufo de Albuquerque com Rubina Leal, não foi a ALRAM com o Presidente da Assembleia da República, terá a ver com isto? Se o MP avançar, o Presidente do Governo Regional terá a oportunidade de demonstrar, com atos, a coerência das suas palavras... Que como sabemos é nenhuma, disse que ia embora sem maioria absoluta e não foi.
