Omissão e condicionamento no Diário de Notícias da Madeira.

Questões que se levantam sobre Subsídio do MediaRAM.
Qual a Liberdade do Jornalista?

É bem necessária a diversidade e pluralidade informativa na Madeira, o MediaRAM está a neutralizar o Diário de Notícias, está a confiná-lo ao entretenimento e à promoção barata (cara) do GR. O DN-M aproveita-se das fraquezas do povo e não o eleva pela informação, para que saiba atuar a cada momento em vez de ser "carneiro". Percebe-se porque é que o Beto do Naval se atira ao Madeira Opina, pensa que é mais fácil abater um projecto da opinião pública do que órgãos de comunicação social do continente, como o NOW9 (link), do qual a RTP-M se aproveita para poder dar a notícia (link), como que estivesse justificado por dar... (o DN-M nem isso). Neste caso não é devido ao MediaRAM mas à autocensura de muitos jornalistas que estão lá pelo poder ou porque militam as ideias do PSD-M, falo da RTP-M.

Os órgãos de comunicação social do continente, o Madeira Opina e muitos populares nas redes sociais envergonham o jornalismo que temos. O erro não está neles mas no desconforto de muitos jornalistas que não lidam bem com a situação em que estão metidos, uns por aversão em plena consciência da missão, outros, porque ainda são jornalistas, revoltados com a "censura" dentro do DN-M. E as promessas logo após a venda do DN-M... já são papel de música? E a atitude dos jornalistas em furar o cerco, publiquem no Madeira Opina, antes de jornalistas não têm opinião própria com atitude própria?

A linha editorial do Diário de Notícias vem sendo colocada em causa, com acusações de que o seu conteúdo é fortemente condicionado e omisso em notícias que possam ser desfavoráveis ao executivo regional, uma situação que alegadamente decorre do seu financiamento através do subsídio do MediaRAM (Sistema de Incentivos à Comunicação Social da Região Autónoma da Madeira). Talvez pela pessoa errada, isso foi evidente nos últimos dias pela voz de Miguel de Sousa que escreve no próprio jornal ou de Élvio Sousa (link), que já escreveu mas foi banido por falar dos negócios de um dos proprietários do DN-M. Antes tivemos o Sérgio Marques na ALRAM, no "obras inventadas". Inventadas e as necessárias com exageros.

Um dos exemplos do alegado condicionamento é a notícia sobre o Ministério Público (MP) solicitar o levantamento da imunidade de Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional e membro do Conselho de Estado. Refere-se a desenvolvimentos no processo ‘Ab initio’, a investigação ao alegado financiamento ilegal do PSD/Madeira. As suspeitas indicam que reuniões relacionadas com o financiamento do partido terão ocorrido na residência oficial de Albuquerque, a Quinta Vigia, e que o próprio terá participado em pelo menos uma delas. Para que o Presidente do Governo possa ser ouvido, seja como testemunha ou arguido, o MP terá de pedir o levantamento das suas duas imunidades. No rol de acusações que Miguel Albuquerque vai colecionando, o DN-M não vê notícia de capa? Vai na senda de não explorar o processo de acusações de um dos proprietário e do "bezerro de ouro"?

Apesar da relevância, de ser o Presidente do Governo e do alcance nacional de tal notícia, a mesma não mereceu destaque na capa da edição impressa do Diário de Notícias, sugere uma subserviência do jornal aos interesses políticos. Atenção que este não é caso único, o DN-M dá o que o povo quer, entretenimento e não informação que o eduque.

A omissão é contrastada com o foco dado a outras notícias, como é o caso das que envolvem o Juntos Pelo Povo (JPP). O "cronista" Élvio Sousa levanta a questão, notando que "a negatividade atribuída ao JPP vende mais do que a negatividade atribuída aos membros do Governo Regional da Madeira", acusando o jornal de manter o foco em situações "peculiares" e de utilizar "truques e as omissões" para desviar a atenção da "atualidade menos positiva para o executivo regional".

Outro caso, de alegada "notícia apagada", refere-se a um artigo com o título "José Luís Nunes lamenta desconhecimento das dificuldades que afetam o ensino privado", acessível através do link e que, posteriormente, não estava disponível, sugerindo-se que foi removido.

Parece que foi um erro a arrogância exposta pelo Beto do Naval no Planeta/DN-M sobre as "historietas", agora anda meio mundo focado nas tropelias do DN-M. Há muito cansaço sobre as mesmas, que estão a vir ao de cima.

Estas situações levantam sérias questões sobre a independência e o papel da comunicação social subsidiada na Madeira, questionando se o apoio financeiro do MediaRAM está a comprometer a liberdade de expressão e o dever de informar de forma completa e equilibrada os cidadãos.

Não creio que esteja a atacar o DN-M, estou a ajudar os jornalistas a reganharem a sua independência jornalística. Se enfurecerem estamos falados... são do poder e não vão largar para cumprir com a deontologia dos jornalistas.

Ser eleito não iliba da justiça! Por muito que se queira fazer crer ao povo!