A SIC faz um fact-check que o DN-M não fez: água.

 

U m governo que aumenta a água para campos de golfe em 32%, mas a água para a agricultura em 151%, demonstra prioridades questionáveis, especialmente em regiões onde a produção agrícola é essencial para a economia e segurança alimentar. Somos uma ilha e deveríamos estar a promover fortemente a agricultura atendendo aos tempos que o mundo vive, mas estamos entregues a construtores e imobiliários idênticos aos que destroem neste momento o ocidente nos Estados Unidos.

Muito antes desta constatação, com origem nas ações de campanha do JPP, já andávamos na Opinião Pública a discutir a sustentabilidade, sob vário prismas, a quantidade de pessoas (massificação), a quantidade de lixo e águas residuais, a quantidade de carros particulares (rent-a-car) em vez de transportes públicos, no consumo de água. Pelas páginas do Madeira Opina também se falou no exagero de campos de golfe, grandes consumidores de água.

A Madeira possui uma área total de aproximadamente 742,4 km², desses, 25% corresponde a terras acima dos 1000 metros de altitude com relevo acidentado, nada propícias a habitação e agricultura. A superfície agrícola utilizada é de aproximadamente 7.000 hectares, representando cerca de 9% da superfície total da ilha, atenção, não tem a baixa das 100 e tal explorações agrícolas que soubemos há dias. Como todos nós sabemos, a área urbana da Madeira é limitada pelas características geográficas da ilha, concentrando-se principalmente nas regiões costeiras, especialmente no Funchal. É criminosa a atual gestão do território a par da floresta. Só quem não quer ver é que pode aceitar narrativas. Esta proliferação de campos de golfe, ainda querem mais um ou dois, não é de pessoas com juízo.

Quando e se começar a guerra, a razão que é total torna-se indiscutível. Constatemos!

Há desigualdade na distribuição do recurso água e vai piorar. A agricultura é um sector essencial, pois alimenta a população e sustenta pequenos e médios produtores. Quando começar a guerra deixam de inventar coisas e até os "suits" começam a plantar com style. Os campos de golfe são atividades de lazer e turismo, muitas vezes associadas a uma elite económica. A tal elite bacoca da Madeira e a nova que chega. O aumento muito maior do custo da água para os agricultores sugere uma penalização ao setor produtivo/primário, enquanto atividades recreativas continuam mais favorecidas.

O impacto na produção de alimentos, pode até ser residual, mas é preciso incrementar a produção, parem de estrangular os agricultores para ficarem com as terras. Aumento excessivo no custo da água pode tornar insustentável a produção agrícola, levando ainda mais à redução de cultivos, ao encarecimento dos alimentos, prejudicando os consumidores, ao possível abandono da atividade agrícola, afetando a economia local

Já não é risco, é certeza, estamos a descaracterizar o perfil Económico, Social e Paisagístico. Nas regiões onde a agricultura tem um papel histórico e identitário, esta política pode levar a uma substituição da produção agrícola pelo setor do turismo e lazer, alterando radicalmente a composição económica da região. A partir daí tradições ... vamos fazer poncha tradicional com produtos de fora? Sidra com produtos de fora? Panelo com produtos de fora? ...

é claro que este aumento da água é um passo para provocar o êxodo rural (produção), para ficar com os terrenos para a construção, os pequenos agricultores não conseguem manter suas atividades.

O Golfe Como Prioridade? Os campos de golfe consomem enormes quantidades de água, muitas vezes de forma não sustentável. Enquanto algumas regiões já restringem o uso de água para fins recreativos, este governo parece favorecer um setor voltado para turistas e elites económicas, em detrimento de quem produz alimentos. As motivações possíveis, para além das já descritas são claramente do lóbi do setor da construção, do turístico, garantindo que o golfe continue a atrair visitantes. Um governo com este foco excessivo no turismo e lazer traz receitas rápidas, em vez de investimentos sustentáveis a longo prazo.

Se a água é um recurso escasso, a lógica indicaria que a agricultura deveria ter prioridade absoluta sobre o lazer. Esta política prejudica a produção alimentar, encarece a vida dos cidadãos e pode comprometer a economia agrícola a longo prazo. Parece uma decisão tomada sem critérios justos e que favorece interesses específicos em detrimento do bem comum.

Estes preços da água demonstram que o Governo sabe que está a gerir de forma insustentável a água e, para provocar a baixa do consumo dos particulares e na agricultura, para ter água para campos de golfe, implementa estas tarifas. A ARM e o Governo de Albuquerque são tão loucos por tarifas como o doente mental dos Estados Unidos. A nossa água vai largamente para piscinas das casas dos ricos da bolha imobiliária e os campos de golfe que os vão servir? Qual o benefício para os madeirenses? O mesmo dos miseráveis vencimentos da hotelaria? Sem dúvida, o palhacinho que aí anda na campanha não governa para os madeirenses, mas sim para ganhar dinheiro em imobiliárias.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 3 de março de 2025
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