Caros leitores,
E screvo-vos com pesar nas palavras, frustrado, magoado e preocupado com o futuro dos meus filhos e o meu próprio futuro. Sou jovem e, até há poucas horas, vislumbrava um horizonte de esperança, uma luz que pudesse dissipar a penumbra que se abateu sobre a nossa sociedade regional. Rodeado por pessoas insatisfeitas, alimentei a expectativa de que iríamos virar a página e construir um clima mais sensível ao cidadão da RAM, aos seus problemas, direitos e anseios.
Mas os problemas estão à vista, e parece-me que a população trocou-os todos pelo simples conforto de "não ir mais a eleições durante quatro anos". Nem assim?
Vejamos:
- Nem com um candidato arguido, suspeito de corrupção, com provas à vista?
- Nem com um governo cujos secretários são igualmente arguidos pelos mesmos motivos?
- Nem pela associação a arguidos acusados pelo Ministério Público, novamente por corrupção?
- Nem por não conseguirmos arrendar ou comprar casa?
- Nem por esperarmos anos por uma cirurgia ou passarmos horas nas urgências?
- Nem por sofrermos os congestionamentos de um turismo exploratório e desenfreado?
- Nem por não termos barco entre o Porto Santo e a Madeira em janeiro?
- Nem por não podermos levar o carro para o continente e vice-versa?
- Nem por cedermos terrenos para exploração imobiliária e campos de golfe?
- Nem por nos sentirmos estrangeiros na nossa própria terra, onde tudo está cheio, caro e inacessível?
Neste momento, faltam-me argumentos para compreender esta realidade.
- Será que a população quis mesmo dar a maioria ao PSD?
- Será que os apoiantes de Manuel António Correia correram a votar em MA(L) como carneiros bem ensinados?
- Será que os velhotes "acartados" nos "carrinhos brancos" do governo tiveram um incentivo "extra" para votar no mesmo partido de sempre?
Não acredito nesta (quase) maioria absoluta!
Não sei qual a maior cara de parvo: a minha, ao olhar para os resultados, ou a de todos os "laranjas" que festejavam na televisão como se nada se tivesse passado. Fizeram de tudo. Esticaram a corda. Têm as armas e as munições, a faca e o queijo na mão. Usaram tudo, sem vergonha e sem medo.
Jovem, com família recente, olho para a minha conta bancária, para os meus bens e penso em três coisas:
- Quanto dinheiro conseguiria reunir se vendesse tudo e emigrasse para longe deste rochedo esburacado e corrompido por jogos de interesses;
- Que futuro me espera se continuar a "amolar" o coiro nesta vida tão falsa;
- Que futuro me aguarda, enquanto funcionário público, se o governo descobrir que critico abertamente quem está no poder. Penso na minha liberdade de expressão, na minha liberdade enquanto cidadão, e na liberdade de todos os que discordam dos chefes e dirigentes públicos.
Este governo foi legitimado para governar...
Mas não está legitimado para me impedir de pensar, agir ou sentir.
Caramba, seus vilhões e vilhonas de meia-tigela: nem assim?
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