O que é o lobby e como alguns políticos dominam a arte da "convencência"


O lobby! Essa palavra importada do inglês que, traduzida literalmente, significa "corredor" ou "antessala". Porquê? Porque, antigamente, era nos corredores dos parlamentos que os senhores bem vestidos sussurravam ao ouvido dos deputados para “ajudar” na tomada de decisões importantes. Hoje, o termo refere-se à arte sofisticada de influenciar políticos para que aprovem leis, assinem contratos ou distribuam favores que, curiosamente, acabam sempre a beneficiar um grupo muito específico.

Na teoria, o lobby é uma prática numa democracia. Afinal, não queremos que os políticos tomem decisões no escuro, certo? Empresários, associações e grupos de cidadãos podem (e devem) apresentar os seus interesses. O problema surge quando, em vez de argumentos, os decisores políticos são convencidos com jantares caros, viagens pagas e, ocasionalmente, promessas de futuros lugares em administrações milionárias. Aí, o lobby deixa de ser uma ferramenta democrática e passa a ser... um desporto para profissionais do oportunismo.

Existem vários tipos de lobby, mas os favoritos dos nossos políticos são:

Lóbi direto – quando um representante de um setor (bancos, construtoras, empresas de obras públicas...) marca uma reunião com um político e sai de lá com um contrato assinado ou uma alteraçãozinha na lei que, por coincidência, o favorece, tipo…alegadamente vereador João Rodrigues da CMF.

Lóbi de topo – quando, em vez de convencer diretamente o político, a estratégia passa por influenciar quem manda nele: líderes partidários, patrocinadores de campanha ou até familiares bem posicionados.

Lóbi de base – quando se mobiliza a opinião pública para forçar uma decisão. Pode ser através da comunicação social ou de grupos de “cidadãos preocupados” que, no fundo, representam interesses muito específicos (O Sousa tentou com o DN, mas caíram ambos na miséria da opinião pública).

O lobby em Portugal é um filme mas sem legendas para o público não perceber bem o enredo. Oficialmente, não há problema nenhum – tudo é feito dentro das leis (ou pelo menos daquelas que foram habilmente desenhadas para não incomodar ninguém importante). O problema é que muita coisa acontece nos bastidores, longe dos olhos do povo.

Agora, dizem os mais atentos que Luís Montenegro, Pedro Calado e Miguel Albuquerque alegadamente adotaram o mesmo esquema. Não é corrupção, longe disso! É apenas um dom natural para atrair investidores e empresários certos, que – num golpe de sorte! – acabam sempre beneficiados pelas decisões do governo. Tudo coincidências, claro.

Por isso, quando vir um contrato público a ser entregue a uma empresa com ligações políticas óbvias, ou quando um político se reforma do cargo e, seis meses depois, aparece a trabalhar para a mesma empresa que regulava... lembre-se não há ilegalidade nenhuma! É apenas um lobby bem-feito. Afinal, em Portugal, a política não é só uma vocação – é um excelente plano de carreira!

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 7 de março de 2025
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