H á talvez dois anos atrás, enviei um texto para o então Correio da Madeira que não foi publicado, enchi-me de coragem e contactei através do chat, depois de umas cenas para me despistarem, se era eu que tinha escrito o texto, falamos a bem e informaram-me que os elementos tinham si entregues às autoridades, porque seria a melhor opção. Fiquei meio frustrado e disse que as autoridades estavam toda controladas e responderam que quando entregam elementos não são para controlados. Meses depois vi resultados e só aí perdoei.
Estou de regresso, há algo que me intriga, porque há anos existem corridas na Via Rápida, sobretudo de motas e nunca há consequências, há polícias a proteger? A minha suspeição subiu quando disseram que tinham equipamentos portáteis para radar e barulhos, mas tinham que dar formação, tempos depois a cair no esquecimento disseram que tinham de calibrar, mas nunca se viu resultados.
Agora aparece esta atuação no Parque Industrial da Cancela, é ilegal mas ainda assim tiveram consciência de ir para um sítio que não a rede viária. É um começo e vejo que houve denunciantes para isso. Por esta razão, peço que unamos esforços e acreditarmos mais esta vez para regularizar a situação das corridas na Via Rápida.
Eu depois nas Regionais não sei bem em que terra vivo, a estabilidade foi dada à corrupção porque os outros não prestam? Bárbaro. Regressando ao tema, a situação na Madeira é bem simbólica de como questões de segurança rodoviária, fiscalização e até certa cultura de impunidade se cruzam. A ausência de radares de velocidade na Via Rápida contribui para a sensação de que “ninguém está a ver”. As forças de segurança podem não ter meios suficientes (viaturas rápidas, radares móveis, drones, etc.) para uma atuação eficaz e constante. Mas, caramba, até o Nuno Morna soube onde fazer campanha na Via Rápida, a Polícia não tem um radar dos que compraram ativos para ir para cima de uma ponte pedonal? Muitas vezes, há uma certa “vista grossa” cultural a este tipo de comportamento, é visto como adrenalina ou hobby, sobretudo se não houver acidentes graves visíveis. Se há acidente era boa pessoa, uma infelicidade, flores e velinhas, mas ninguém parou durante anos esta cena das corridas. Muitas vezes, nas corridas ilegais, os veículos envolvidos fogem rapidamente ou estão sem matrícula visível, o que dificulta autuações diretas, na Cancela meteram-se num buraco sem escapatória.
O facto da polícia ter atuado num parque pertencente ao Governo Regional levanta questões interessantes. Ao contrário da Via Rápida, o Parque da Cancela é um local mais fácil de cercar e monitorizar. A polícia consegue intervir com mais eficácia e menor risco de fuga. Mas porquê? Houve queixa de que moradores? Foi pressão pública e institucional? Pode ser, para “mostrar serviço”, e é mais fácil fazê-lo num local governamental do que na Via Rápida. Se há ocupação irregular de espaço público do Governo, a pressão para intervir pode ser maior por ser património do Estado, se há mortes é um banzé ... mas e a VIA RÁPIDA? É do concessionário? Eu aceito que numa via rápida, uma perseguição policial pode causar acidentes graves, mas e os prevaricadores há anos?
Do que não tenho muitas dúvidas é que há falta de vontade política para instalar radares ou fazer reformas que envolvam custos e mexem com grupos jovens/motards. Não me digam que são familiares ou protegidos do poder para a barulheira nas tascas.
O importante é a iniciativa da Polícia, parabéns, mas precisamos de mais um passo.
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