O Chega é de extrema-direita e quem vota no Chega é extremista que vai acabar com a democracia. Se instituída nova ditadura de direita em Portugal perguntarem como foi possível dirão: pelos votantes no Chega que votaram. Portanto o protesto tem culpa e as pessoas factual e ativamente promoveram a extrema-direita. Agora, o Chega está com os seus "bots" na rede a se tornar vítima, como se não perseguissem pessoas. Primeiro engana, depois com o poder, não sai jamais.
Escrevo um texto para aqueles que ainda leem e não para uma gavela de idiotas criados para assuntos telegráficos de consumo rápido, é assim que são facilmente enganados do alto da sua arrogância intelectual.
A afirmação do Chega, particularmente de figuras como Pedro Frazão, de que o partido não é de extrema-direita tem sido uma estratégia de comunicação repetida, mas é insustentável perante a análise objetiva do seu discurso, propostas e ações políticas. Vamos desmontar minuciosamente essa narrativa do Chega... se é que aqueles convencidos querem saber.
O Chega é ou não de extrema-direita?
A classificação de um partido político como de extrema-direita não depende de opiniões pessoais, mas de critérios políticos, ideológicos e programáticos. Segundo a ciência política, os traços que definem a extrema-direita incluem:
- Nacionalismo exacerbado
- Autoritarismo ou apelo a soluções iliberais
- Antipluralismo (visão de que só eles representam o “povo verdadeiro”)
- Racismo ou xenofobia encapotada
- Populismo penal e securitário
- Desrespeito por direitos humanos e pelas instituições democráticas
- O Chega exibe todos estes elementos.
Vamos a exemplos concretos:
- Discurso racista e xenófobo: O partido insiste na ideia de que há minorias (especialmente ciganas ou imigrantes) “protegidas pelo Estado”, fomentando ódio e divisões étnicas.
- Propostas autoritárias: A defesa da prisão perpétua e da castração química são práticas que violam convenções internacionais de direitos humanos.
- Ataques à separação de poderes: O Chega propõe mudanças profundas no sistema judicial para que juízes sejam “controlados” politicamente.
- Deslegitimação de opositores: Afirmações constantes de que PS e PSD são “todos iguais”, como se fossem inimigos do povo, fazem parte da lógica populista autoritária.
“Se muitos votaram no Chega, então não pode ser extremista.” – Um argumento falacioso.
Pedro Frazão argumentou que “não há assim tantos extremistas” e, portanto, o Chega não pode ser de extrema-direita. Esse raciocínio é falacioso por várias razões:
O extremismo não se mede em número de votos. Hitler foi eleito democraticamente. Bolsonaro, Le Pen, Orbán também. Isso não os torna moderados.
Normalização mediática e cansaço com os partidos tradicionais podem levar eleitores a votar em partidos radicais sem plena consciência do que esses partidos realmente defendem.
Muitos eleitores votam no Chega por descontentamento ou por sentirem “que alguém diz o que pensam”, sem perceberem que estão a validar um projeto antidemocrático.
Votar no Chega é validar uma ideologia extremista
Mesmo que nem todos os eleitores do Chega sejam extremistas, o ato de votar no partido:
- Fortalece uma agenda que põe em causa os pilares do Estado de Direito.
- Normaliza um discurso de ódio e exclusão social.
- Dá espaço político a ideias antidemocráticas, muitas vezes disfarçadas de “bom senso”.
- É como dizer: “não sou racista, mas voto num partido com programa racializado”.
O que acontece se o Chega governar?
Se o Chega chegar ao poder com capacidade de impor ou influenciar políticas de fundo, os seguintes riscos são reais:
- Erosão da democracia: ataques às liberdades civis e de imprensa. (depois, os jornalistas vão rezar para manter a plataforma de Opinião Pública anónima)
- Controlo político dos tribunais.
- Redução do espaço para a oposição.
- Criminalização do protesto.
Teremos um Governo por ressentimento, não por solução:
- Prioridade a temas identitários e de “inimigos internos” em vez de resolver problemas reais.
- Estigmatização de grupos inteiros, como os ciganos, os imigrantes ou beneficiários do RSI.
Cultura de medo:
- Incentivo à delação, vigilância, repressão policial desproporcionada. (lembrem-se do nazismo)
- Clivagem “nós contra eles”, típica dos regimes iliberais.
A extrema-direita não chega ao poder dizendo que é extrema.
A estratégia é precisamente disfarçar-se de alternativa “normal”, apelando à raiva justa das pessoas face à corrupção ou à estagnação política. O Chega é um partido de extrema-direita, com uma agenda profundamente antidemocrática. Não se “deixa de ser extremista” ao votar no Chega, pelo contrário, é a expressão eleitoral de uma radicalização política.
E, se esse projeto ganhar, a democracia não acaba de um dia para o outro, mas começa a morrer aos bocados, exatamente como já vimos em países como a Hungria ou os EUA sob Trump.
Se com esta exposição as pessoas não querem saber... então são extremistas e não querem saber da democracia, por mais que neguem como o Chega. Atitudes semelhantes. Pensem no que foi a agonia e a violência política durante a ditadura em Portugal, é por isso que estão a chamar.
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