D izem que a Universidade da Madeira (ou UMa, para os íntimos) é um verdadeiro farol da sabedoria no Atlântico. Forma-se a nata dos intelectuais insulares, aqueles que um dia vão encontrar uma nova maneira de justificar porque é que a tese ainda não está pronta.
No comando da nau académica está o grande timoneiro, Reitor e o seu lambe botas J. P.. Desapegado da realidade? Sem dúvida. A sua gestão é uma verdadeira aula de magia, transforma salas vazias em eventos lotados, de professores, claro, porque alunos são só um detalhe. Entre uma pose institucional e outra, sonham com uma universidade vibrante... mas enquanto isso não acontece, pelo menos os colóquios garantem umas boas fotografias para os relatórios.
E quem está sempre pronta para apoiar esta epopeia académica? A ilustríssima V. C., especialista na arte de falar muito sem dizer nada. O seu talento para organizar eventos é tão extraordinário que até as cadeiras da plateia se sentem inspiradas, especialmente porque costumam ser as únicas presentes. Vanessa acredita piamente que a chave para combater a desinformação é fazer colóquios, afinal, nada combate melhor as fake news do que um colóquio que ninguém entende.
Por fim, o grande intelectual da modernidade insular, S. M., mestre na arte de problematizar o óbvio. Entre um parágrafo prolixo e outro, ele desvenda mistérios como "porque é que os alunos não aparecem" e "como discutir desinformação quando ninguém quer saber". O seu discurso no colóquio foi um marco, ninguém sabe ao certo sobre o que falou.
Recentemente, a UMa organizou o épico evento intitulado "Colóquio Internacional: A Luta Regional contra a Desinformação na Era da Pós-Verdade", uma empreitada tão ambiciosa que envolveu mais oradores do que espectadores. O evento cobriu temas de crucial importância, como Desinformação e Legislação, Desinformação e Política, Desinformação em Contexto Local, A Desinformação e os Media, Literacia Mediática, Desinformação Organizacional e Desinformação e Inteligência Artificial.
Foi um verdadeiro festival do óbvio, onde discussões académicas tentaram responder a questões existenciais como, “Porque é que ninguém liga às fake news na Madeira?" e "Como combater a desinformação com powerpoints feitos à última da hora?". Diz-se que até as próprias fake news ficaram emocionadas com o nível de desinformação sobre desinformação.
A Universidade da Madeira não é apenas um centro de ensino; é um monumento à arte de fazer muito com pouco, poucos alunos, pouco interesse e pouca noção. Enquanto outras universidades se preocupam em formar profissionais, a UMa está na vanguarda da contratação de professores para colóquios sobre problemas que ninguém sabia que existiam.
Estudar na UMa é uma experiência antropológica, aprende-se a contemplar o vazio académico enquanto se observa um desfile de penas a debater a importância de debater a importância de debater.
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