Vamos lembrar mais uma vez…


Porque a memória é curta e o PSD conta com isso.

N o último mandato da Câmara do Funchal, a coligação PSD/CDS, liderada pelo sempre inspirado Pedro Calado, conquistou uma maioria absoluta. E logo aí começou a festa: seis vereadores para distribuir pelouros como quem distribui tremoços na Festa da Poncha.

Pedro Calado, claro, ficou com Cultura, Desporto, Juventude, Relações Internacionais e mais umas quantas pastas — porque nada grita “eficiência” como concentrar meio mundo num só gabinete.

Cristina Pedra tratava de Finanças, Turismo e Recursos Humanos, entre outros, porque gerir a cidade é igual a gerir uma startup de Excel.

Bruno Pereira ficou com obras públicas e mobilidade — e sim, o trânsito continua igual: um caos.

Margarida Pocinho, com Educação e Igualdade de Género, porque é preciso mostrar diversidade enquanto se distribui tachos.

João Rodrigues, no Urbanismo e Ordenamento, o homem das licenças.

E Nádia Coelho, a guardiã do Ambiente, Resíduos e Espaços Verdes, numa cidade onde as árvores caem sozinhas, mas as gruas estão sempre de pé.

E depois veio o grande espetáculo: a Polícia Judiciária em ação. Uma verdadeira série da Netflix: 130 buscas, detenções dignas de prime time, e os protagonistas do enredo — Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia. Tudo gente fina, suspeita de crimes tão variados que até dava para montar um workshop jurídico:

  • Corrupção passiva (sete vezes, porque uma só era pouco),
  • Prevaricação,
  • Recebimento indevido de vantagem,
  • Participação económica em negócio,
  • Abuso de poder,
  • Tráfico de influência.

Um cardápio completo, digno de uma autêntica “degustação criminal” da alta política regional.

E claro, o desfecho previsível: Pedro Calado renuncia, entrega o passaporte e vai para casa com termo de identidade e residência. Nada como um pequeno “intervalo judicial” para recarregar energias.

Portanto, quando alguém perguntar o que foi o último mandato do PSD na Câmara do Funchal, a resposta é simples: um reality show com vereadores de pelouros decorativos, um presidente com currículo de manual de direito penal e a PJ como convidada especial.

E ainda há quem diga que a política madeirense é aborrecida.