A s Autárquicas são incomodas para quase todos os partidos neste ano, porque há muitos executivos camarários a mudar por limite de mandatos, mas é mais incómodo para a oposição perante os resultados das Regionais onde o PSD-M parece ter recuperado algum eleitorado e a tendência nacional de reforço da Direita. Cada eleição é uma eleição e nas autárquicas mais ainda, por envolver muitas pessoas e interesses diferentes.
Há uma certa tendência a dar continuidade aos executivos, o limite de mandatos gera uma alternância Autárquica que nunca houve no Governo Regional e hoje vemos Albuquerque a se aproveitar disso. Portanto, viva esta democracia. Na Madeira, vários autarcas atingem esse limite de mandatos em 2025:
- Santa Cruz (Filipe Sousa – JPP)
- Câmara de Lobos (Pedro Coelho – PSD)
- São Vicente (José António Garcês – PSD)
- Porto Moniz (Emanuel Câmara – PS)
- Machico (Ricardo Franco – PS)
- Ribeira Brava (Ricardo Nascimento (Movimento Ribeira Brava em Primeiro, apoiado pelo PSD)
- Calheta (Carlos Teles - PSD)
- Funchal ???
Este é um ano sem incumbentes lógicos. Esta rotatividade forçada cria espaços políticos novos, , os partidos partem em pé de igualdade, supostamente, e abre portas a:
- Disputas internas nos partidos
- Emergência de independentes ou novos rostos
- Alianças mais criativas ou oportunistas
É muito provável que o PSD cresça nestas Autárquicas através de uma ou outra câmara que é da oposição, porque a oposição perde figuras carismáticas e não se vê caras rodadas, reconhecidas e carismáticas. O contrário não acontece ao PSD porque os seus limites de mandato calham em concelhos bastiões do PSD, Câmara de Lobos, Calheta e São Vicente. Ribeira Brava é a incógnita.
A oposição. A JPP fica em risco de perder Santa Cruz com a saída de Filipe Sousa, a sua "base". Mas também está a tentar a expansão noutros concelhos com candidatos "antissistema". Ouve-se. O PS tem maus resultados por todo lado. O desgaste regional e nacional pode contaminar as autárquicas, manter é uma vitória.
Ouve-se falar de independentes e movimentos locais, e alguns a mudar de partido. Há fortes hipóteses de ganharem protagonismo onde há cansaço dos partidos tradicionais. O modelo “Rui Moreira” (Porto) pode inspirar estratégias em concelhos urbanos como Machico ou Câmara de Lobos.
Quantas mais candidaturas, mais fragmentação do voto com menos figuras dominantes, há mais incerteza. Também significa que coligações pós-eleitorais serão mais necessárias, mas também mais difíceis, poderá haver municípios em que ninguém ganha com maioria absoluta. O Chega é uma incógnita, especialmente depois da conquista do Caniçal nestas Legislativas Nacionais.
Julgo que teremos uma noite eleitoral interessante, é possível que concelhos mudem de cor política pela primeira vez em muitos anos. As autárquicas de 2025 na Madeira serão uma espécie de “mini-revolução local”, com renovação forçada e incerteza real.
Olhe para a lista de concelhos, de certeza mudam de pessoas, de partidos não sabemos, há alguns que cheiram a mudança radical?
Vai ser interessante ir votar, sobretudo no Funchal, ainda não acabaram as surpresas.
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