Sair do umbigo


É impressionante como as campanhas eleitorais não servem para apresentar programas eleitorais, mas sim para entretenimentos, e tentar sujar os adversários. Foi assim nas Regionais e está a ser assim nas Legislativas Nacionais. A comunicação social tem muita culpa, não é exigente e não impõe exigência na ordem do dia. Assim votamos com um cheque em branco, penso que é isto que os candidatos querem, para tudo caber nas suas ações da governação sem terem que dar satisfações.

Vemos um mundo em ebulição e parece que o nosso mundo é Portugal, com esta categoria de candidatos, alguns para governar o país. Para sermos considerados devemos nos incluir e nos darmos ao respeito. Portugal compõe-se de terra e mar, com as duas juntas, somos o terceiro maior país da Europa atrás da Rússia e da Noruega. O nosso mar, a Zona Económica Exclusiva, dá a Portugal dimensão e importância económica, não é difícil perceber que tem grandes responsabilidades no domínio da segurança... mas não sabe. Não se fala em forças Armadas e quase de certeza que os EUA vão se colocar mais à margem da NATO proximamente, Portugal deve se preparar para mais exigências militares, o que temos está uma vergonha e soberania é sinónimo de forças armadas... quem consumou a revolução dos cravos?

Somos responsáveis por uma zona substancial do Atlântico Norte, será que o país percebe a importância que tem no quadro da NATO? Se acontecer algo quem trata da nossa ZEE? Mas também parece que estamos longe de tudo, fora dos pergaminhos e influências da nossa história, nesta campanha eleitoral ninguém fala sobre como nos relacionar com os EUA, China, Ucrânia, Médio Oriente e os países da Lusofonia.

Os políticos, governantes e candidatos desvalorizam a capacidade de entendimento e interpretação dos eleitores. É assim que os políticos são desconsiderados por muitos eleitores. O país vai ter que gastar dinheiro em novas prioridades e necessidades, sem termos resolvidos situações básicas como a Saúde e a Habitação, pelo menos. Neste momento, os eleitores deveriam estar a ser informados sobre a realidade. Pessoalmente, proibia as Agências de Comunicação nas campanhas eleitorais e apostava em debates nas TVs a "apertar" com esta gente.

Quer queria, quer não, Portugal vai ter que olhar para fora e o português deve acabar com a tacanhez. Há pontes para fazer, mas não é com esta gente que vemos em campanha eleitoral.

Trump disse que a Europa é mais perigosa do que a China. Mas também a 2 de abril era o dia da libertação, vamos a meados de maio e as tarifas capitularam. Se Trump provoca a Europa é agir como a China...

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