Carteiros ou caçadores de gorjetas?



O escândalo da Nazaré em São Martinho

V enho, pela presente, denunciar uma situação vergonhosa e profundamente desrespeitosa que ocorre, com frequência alarmante, na freguesia de São Martinho, mais especificamente na zona da Nazaré, Funchal. O que se passa com certos carteiros nesta zona não é apenas negligência, é um verdadeiro abuso de confiança, um atentado à dignidade dos cidadãos e uma corrupção silenciosa, instalada à vista de todos.

Existe um carteiro (e não é caso isolado) que, em vez de cumprir com o seu dever de serviço público, comporta-se como se fosse dono da correspondência. Retém cartas, esconde encomendas, adia entregas por capricho, e  pasme-se  favorece os que lhe dão gorjetas, tratando o resto como lixo humano. Estamos a falar de correspondência pessoal, institucional, bancária, médica. Cartas que chegam e são “congeladas”, porque o carteiro está à espera de uma “mãozinha”, uma moeda, um favor. Isto é uma chantagem emocional em pleno 2025!

Pior ainda: este indivíduo delega o trabalho a terceiros. Pessoas sem qualquer vínculo aos CTT, sem farda, sem identificação, e provavelmente sem formação, andam a distribuir cartas na zona. É uma prática ilegal, imoral e que põe em risco a privacidade dos moradores. Estamos a falar de documentos confidenciais a circularem nas mãos erradas. Se isto não é crime, então o que é?

As vítimas principais? Os mais frágeis. Os idosos, sobretudo as senhoras de idade, vivem aterrorizadas com a ideia de “desagradar” o carteiro e verem as suas reformas ou medicamentos chegarem tarde. É uma forma de abuso psicológico. Um esquema de poder e manipulação, sustentado à custa do sofrimento de quem já deu tanto ao país.

A minha pergunta é: onde estão as autoridades? Onde estão os CTT? Onde está a fiscalização? Isto não é só “falta de profissionalismo”, isto é um atentado contra o serviço público e a decência mínima.

A Madeira não é terra de favores, gorjetas e esquemas. Somos uma terra de gente honesta, que exige respeito, pontualidade e seriedade, especialmente de quem é pago para servir, não para se servir dos outros.

Que se apure tudo. Que se faça uma investigação séria. E que este tipo de comportamento seja erradicado dos CTT antes que a população perca, de vez, a confiança no sistema.

Indignado e farto da impunidade.

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