Venha o diabo e escolha.
N os últimos episódios na saúde, onde o Hospital Santa Maria tem sido o mais badalado e a urticária financeira a especialidade visada, permanece em aberto a questão e a dúvida nuclear: e os outros? E a Madeira, será que são todos uns santos, intocáveis e sem mácula?
No continente sucedem-se auditorias, em surdina e ao estilo da diplomacia que envolve a nata da saúde.
Mas vejamos na Madeira, quem conhece o programa de recuperação de listas cirúrgicas levantam-se algumas “poeiras”, se atentos às “jogadinhas” dos tais de chico espertos.
Mas cuidado, porque alguém um dia pode passar todo o programa a pente fino já que, o TC nesta matéria, é “enrolado” com a mesma facilidade que são os Conselhos de Administração nomeados de confiança politica, onde também imperam conflitos de interesses entre profissionais “da mesma cor”, com interesses e beneficiários do programa em questão, o que levanta tanta dúvida e questões.
Não julguem que na Madeira e na saúde estão todos livres do pecado e de certas tentações!
A ocupação de camas cirúrgicas por “residentes no hotel HNM”, dificulta uma normalidade na produção e produtividade cirúrgica, até na efectiva eficiência destes programas de recuperação de cirurgias.
Sem me alongar e focando no programa conhecido pela sigla PRCs, como será que explicam que sendo ele dirigido para doentes em lista de espera há anos, alguns há mais de 5 anos, tenhamos utentes chamados e operados que estão há dois meses nas listas de espera? Com atos cirúrgicos que deveriam ser feitos em dias normais de programação da atividade cirúrgica, encaixados como PRCs, alguns, inclusive, em cirurgia de ambulatório que ficam em vigilância durante uma noite de internamento, passando logo ao estatuto de PRC, devidamente pago nesse programa especial, levantando dúvidas da necessidade “dessa vigilância”. Quem a decide, tem “a faca e o queijo na mão” pois não existe auditoria externa e independente para blindar estas situações que podem ser eventualmente “fabricadas”.
O programa de recuperação de listas cirúrgicas não deveriam limpar e resolver casos de espera com décadas onde os prognósticos se agravam e a situação de morbilidade se torna mais complicada?
Na verdade, as listas têm-se agravado, entram mais em lista do que se escoa!
A gestão de listas e as tais auditorias externas e independentes são necessárias, em nome da transparência e prevenção de atos corruptivos, os tais noticiados e que já provocaram demissões no continente. Na verdade, alguns conselhos de administração deveriam colocar o seu lugar à disposição porque não souberam gerir e controlar estes programas.
Os serviços regionais de saúde e o nacional, carecem de uma reforma profunda, e neste particular, as listas devem ser objeto de recuperação, mas com a eventual contratação de serviços prestados pela privada.
A figura de gestor clinico, “não profissional de saúde”, mas conhecedor da realidade da saúde e do social, deve trabalhar com as direções clinicas. Independentes e apenas na dependência dos conselhos de administração, no caso dos programas especiais e gestão de listas, estes devem ter controlo sobre a situação assim como participar no planeamento estratégico e estratégias que visem a sua resolução.
O que atualmente sucede, o caos absoluto e o livre arbítrio, é inaceitável, quando está em jogo o dinheiro dos contribuintes e a saúde de uma nação.
Entretanto enquanto uns falam, outros fazem pela vida. Já agora, qual será a atual dívida astronómica do SESARAM? Abre-te Sésamo, pois o próximo orçamento regional oferece 11 milhões de euros, um jackpot apenas destinado aos que controlam a música e a dança na saúde regional.
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.