A censura na Madeira: um precedente perigoso. E agora? A comunicação social do continente continua "homologada" para a rede do Governo Regional e suas empresas públicas?
O bloqueio do site Madeira Opina pelo Governo Regional da Madeira, estendendo-se à sua rede e empresas públicas, é um ato que atenta gravemente contra a liberdade de expressão. O Governo faz-se surdo (podia recolher experiência e se emendar), o episódio de Eduardo Jesus mostra essa intolerância. É lamentável que não se possa desligar também a ALRAM. Para não chatear...
A justificação para tal medida, se é que existe alguma que não seja a mera inconveniência das verdades veiculadas, é profundamente preocupante. Num arquipélago onde o contraditório é vital para a saúde democrática, silenciar uma voz independente, que permite aos seus seguidores comentar e apontar as falhas da governação, é um sinal de autoritarismo inaceitável. Atenção que não é só pelo partido do poder, incrivelmente, uma deputada do PS também embarcou no "sistema" e na narrativa.
A indignação popular, exacerbada pelas recentes declarações de um secretário regional que desrespeitou abertamente os deputados na ALRAM, apenas sublinha a necessidade premente de um escrutínio rigoroso. A questão que se impõe, com um sarcasmo amargo, é esta: será que o Governo Regional da Madeira vai, por coerência, bloquear os sites da RTP-M, RTP1, Visão, SIC, TVI, CNN Portugal, RTP3, RTP2, SIC Notícias, NOW, e toda a comunicação social do continente? Afinal, a verdade, tal como a luz do sol, não escolhe onde brilhar. Se o critério for o "comentário do que vai de errado", então a lista de bloqueios será extensa e ridícula.
A censura, em qualquer forma, é um sintoma de um governo que teme a verdade e a opinião pública. O bloqueio do Madeira Opina não é um incidente isolado, mas um alerta sério. É um teste à capacidade de resistência dos madeirenses e à vigilância dos órgãos de comunicação social em Portugal. A liberdade de imprensa é um pilar da democracia e, quando um governo se arroga o direito de decidir o que os cidadãos podem ou não ler, está a deslizar por uma ladeira perigosa.
O silêncio, neste contexto, seria uma conivência. É imperativo que a sociedade civil, os jornalistas e os cidadãos em geral se levantem contra este precedente perigoso. Caso contrário, a Madeira arrisca-se a tornar-se um enclave onde a verdade é silenciada e a crítica é punida, um lugar onde a "liberdade" se torna apenas uma palavra vazia e a opinião um delito.
Já agora, quando bloqueiam o JM e o DN?
P.S.: para a gestão do Madeira Opina, muita força, deve custar muito com tanto fanatismo. Alguma oposição parece pior do que o PSD, é por isso que o menos mal ganha. Mas está tudo errado.
Nota do CM: agradecidos, precisamos sim dessas palavras. Repare que ainda não recuperamos das safadezas da campanha eleitoral para nos silenciar.
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.