F ico impressionado com a mediocridade do jornalismo que temos, é só "festa", tretas. Há tanto tema interessante para informar os madeirenses e ninguém desperta esta gente do Pão e Circo. Também fico impressionado que nas previsões meteorológicas para o Funchal, nesta semana que acaba, tenham apontado 3 dias de chuva com probabilidade entre 94 a 98% e não choveu. É uma previsão, mas todos nós sabemos que falham demais.
Trago-vos um tema que está a ser debatido nos meios científicos, especialistas, e nada transpira na Madeira. Já sabemos que as temperaturas mais elevadas na superfície do oceano são o principal combustível para os furacões. Águas mais quentes significam mais energia disponível para as tempestades se formarem, intensificarem e manterem a sua força por mais tempo.
O que se está a confirmar é que o aquecimento dos oceanos e, consequentemente, da atmosfera, pode levar a alterações nos padrões de circulação atmosférica, incluindo os ventos de grande escala que "guiam" os furacões. Essas mudanças podem desviar as rotas tradicionais dos furacões, levando-os para áreas que antes eram menos propensas a serem atingidas.
Com águas mais quentes em latitudes mais altas, há uma possibilidade da ampliação da zona onde os furacões conseguem se formar, intensificar e expandir-se. Isso significa que tempestades podem ter condições favoráveis para se desenvolver ou manter a sua força em áreas mais a leste e a norte do Atlântico.
Embora não haja um consenso total sobre o aumento da frequência global de furacões, os estudos indicam que o aquecimento do oceano está a contribuir para que os furacões que se formam sejam mais intensos (atingindo categorias mais altas) e mais lentos no seu deslocamento. Um furacão mais lento sobre uma área pode causar mais estragos devido à exposição prolongada aos ventos e chuvas intensas.
Historicamente, a Madeira está fora das rotas mais comuns dos furacões atlânticos, que tendem a seguir para oeste em direção às Caraíbas e costa dos EUA, ou a curvar para norte e nordeste em direção aos Açores. No entanto, com as alterações nos padrões climáticos e o aquecimento do Atlântico, há uma crescente preocupação de que a Madeira possa ser mais frequentemente alvo de ciclones tropicais ou subtropicais. Alguns modelos e observações já sugerem um aumento da incidência de ciclones tropicais nas proximidades da costa europeia, incluindo a Península Ibérica, as Ilhas Canárias e, assim, a Madeira e os Açores que ficam pelo caminho. Temos assistido, inclusive neste fim de Primavera.
Os furacões que se formam perto de Cabo Verde podem ter agora trajetórias mais imprevisíveis, com maior probabilidade de divergirem para leste ou nordeste, colocando a Madeira sob maior risco. As evidências científicas e as projeções climáticas sugerem que o aquecimento das águas do Atlântico tem o potencial de alterar as rotas dos furacões que nascem a sul de Cabo Verde, tornando mais provável que alguns deles possam vir a afetar a Madeira no futuro. É uma das consequências das alterações climáticas que exige maior vigilância e preparação nas ilhas atlânticas.
Pergunta, o que andam a fazer o PRR da Madeira em relação à resiliência às alterações climáticas? Eu às vezes penso que um simples temporal de vento já colocava a ilha virada do avesso.
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