TEDx IHM 2025


N o dia 20 de Junho houve uma publicação sobre a habitação na Madeira, que podia ser apenas um artigo de opinião, mas que, para quem lá trabalha, e até para os próprios inquilinos, sabem ser factual. As entidades públicas têm por base uma crença maravilhosa de que o dinheiro público é deles, dando lhes toda a legitimidade e poder para fazerem o que bem entenderem com os mesmos.

A IHM não foge à regra.

O serviço público está pobre e podre. Mas deixem-me dizer porquê.

Nos dias 26 e 27 de junho, na sede da IHM, houve uma “apresentação” realizada pelo seu dirigente máximo, aos funcionários da empresa. O que deveria ter sido uma palestra fascinante, cheia de partilha, com o objetivo de implementar melhorias nos serviços, transformou-se num monólogo sobre elefantes, mulheres, e lemas de vida.

Do início ao fim, uma reprimenda e constante deita abaixo dos funcionários. Sobre os dirigentes nada foi apontado. Se pouca motivação já existia desde a chegada do novo conselho de administração, nesta palestra desapareceu por completo.

A culpa da falta de pessoal, de acumulação de trabalho, de falha nas respostas, recai toda nos funcionários, que nenhum poder têm. Livre-se algum funcionário sugerir seja o que for. Que falta de noção.

Os inquilinos e beneficiários de programas da IHM têm direito em saber o que lá anda, e o que fazem.

Enquanto não se entender que sem dirigentes e chefias competentes, com perfil para liderar, com qualificações adequadas, meus caros, nada mudará.

O hábito não faz o monge. Palavras também não.

Quando o próprio presidente da principal e maior empresa pública regional de habitação diz aos funcionários que a todo o tempo são livres de ir embora e que ninguém os obriga a estar ali, como ter condições para trabalhar?

É esta a motivação que dão aos trabalhadores? Fala assim quem ganha 4 mil euros por mês. A motivação é bem diferente.

Diz o senhor presidente que aceitou o cargo por escolha, quando claramente foi obrigado. Poderia sempre seguir a carreira de palestrante, visto que é o único dom que possui.

Para além de que, numa empresa constituída, maioritariamente, por mulheres, mães, filhas, cuidadoras, ainda teve a excelente ideia de dizer que devemos responder sim às ordens dadas por mulheres, mas fazer o contrário.

Queridos inquilinos, beneficiários, trabalhadores, povo: assim não.

Quem não tem noção, não tem lugar.

O tempo das hienas tem de terminar.

O conselho de administração tem de refletir.

Os dirigentes e chefias têm de mudar.

Aguardemos.

Nota: no fim da apresentação não houve qualquer tipo de refeição oferecida aos funcionários, ao contrário do excelente almoço oferecido aos dirigentes com a lindíssima vista para as montanhas que circundam o Curral das Freiras.

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