G osto do Madeira Opina porque liga-me à realidade e dá o conforto de nem parecer patinho feio nem o anormal deste agrupamento que vai deixando de ser povo. Cada vez se ouve menos "madeirense", cada vez mais empresários de cafés, bares e restaurantes olham para o madeirense como se tivesse lepra. Que ambiente insano com a corrupção legitimada. Hoje é um dia para se pensar em como gozar o feriado, poucos usam o Dia da Região para pensar o que vai ser de nós. Garanto-vos que o horizonte é negro.
Em tempos votei no PSD, agora nem opção é. No entanto, faço de patinho feio e anormal, por não ser do gangue que se acumula há 50 anos em dependências. Finalmente digo ao que venho, a alternância é necessária, senão é sempre a mesma coisa e não saímos do lugar que meia dúzia gosta. Os outros também vivem!
A alternância política, ou seja, a mudança regular de partidos ou coligações no poder, é um pilar fundamental da democracia e traz uma série de benefícios cruciais para uma sociedade. Só no poder local é que vimos isso a funcionar, alguém se deu mal?
É preciso prestação de contas e transparência, não protecionismo a lóbis, monopólios, soberba e arrogância, não uma maioria que esconde. Quando um governo sabe que pode ser substituído nas próximas eleições, a pressão para prestar contas aumenta significativamente. Isso leva a uma maior transparência na gestão pública e à redução de práticas corruptas. Os cidadãos têm mais poder para exigir responsabilidade, sabendo que podem "votar fora" um governo que não cumpra suas promessas ou aja de forma ineficiente. Quantos dizem que quando parece que está quase limpam-se papéis no GR?
Precisamos de inovação e novas perspectivas, não palavras bonitas de campanha, não de anúncios sem concretização. Cada partido ou grupo político geralmente traz consigo novas ideias, abordagens e prioridades. Precisamos disso como de pão para a boca, é por essa razão que o madeirense está a desaparecer e os novos que emigram não regressam ao covil. Consistentemente temos áreas da governação sempre errante e nunca se corrige. A má governação mata pessoas e futuro, mata o mérito. A alternância permite que diferentes visões sejam testadas e implementadas, o que pode levar a políticas mais inovadoras e eficazes em diversas áreas, como economia, saúde, educação e meio ambiente. Evita-se a estagnação e o pensamento único que podem surgir quando um único grupo permanece no poder por muito tempo.
O "queo, posso e mando", os malcriados, a arrogância e a normalização do errado são abusos de poder e é possível reduzi-lo com a alternância. Um longo período no poder acumula... poder, e a tentação de usar as instituições estatais para fins partidários ou pessoais. A alternância atua como um mecanismo de controlo, impedindo que um grupo se torne excessivamente enraizado e abusivo. Garante que os pesos e contrapesos democráticos funcionem efetivamente, protegendo as liberdades civis e o estado de direito. Sim, já sabem que falo da Madeira, acerta tudo em cheio.
A mudança de governo oferece a oportunidade para que diferentes segmentos da sociedade se sintam representados no poder. Partidos com plataformas distintas podem dar voz a grupos que se sentiram marginalizados pelo governo anterior. Isso fortalece a legitimidade democrática e promove uma maior inclusão social, à medida que mais pessoas veem suas preocupações e interesses refletidos na governação. É necessária representatividade e inclusão, caso contrário a extrema-direita lucra como vingança.
Num mundo em constante mudança, a capacidade de uma região se adaptar a novos desafios é vital. Nós estamos no mesmo lugar, pão e circo, mas o mundo lá fora está a mudar. Governos que se alternam tendem a ser mais ágeis em reavaliar e ajustar políticas em resposta a crises económicas, avanços tecnológicos ou mudanças sociais. Alternância é mais inclusão, há menos ostracizados políticos. A alternância força os partidos a estarem mais atentos às necessidades da população e a serem proativos na busca de soluções. Quantas vezes vai o madeirense cair nas historietas de campanha, 50 anos, para depois verificar que tudo segue igual e cada vez mais enraizado?
É preciso reatar o fortalecimento das instituições democráticas e a comunicação social precisa de uma grande limpeza, é um nojo o que se vê! A própria prática da alternância, quando ocorre de forma pacífica e respeitando as regras democráticas, fortalece as instituições. Demonstra que o sistema funciona e que o poder pode ser transferido sem violência, referendando a importância do processo eleitoral e do respeito às escolhas dos cidadãos.
A alternância política é um motor de dinamismo, responsabilidade e resiliência em qualquer democracia, garantindo que o poder seja exercido em benefício de todos e que o sistema se mantenha vibrante e com resposta. assim como vamos, contem com o fim do madeirense, há madeirenses inimigos de madeirenses porque só pensam no seu poder, na sua ganância e não querem uma Região para todos.
A Madeira roda sempre em cima da mesma elite que se esgotou nas ideias, no tempo, nas pessoas, isso é visível na dificuldade do poder encontrar gente idónea para candidatar.
O Madeira Opina é uma introspeção pública do que tememos dizer num ambiente tão condicionado.
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