Um olhar abrangente e as suas consequências sociais
A saúde mental é um tema de crescente preocupação a nível global, e a Região Autónoma da Madeira não é exceção. A ilha enfrenta um número considerável de casos de diversas doenças mentais, incluindo esquizofrenia, Alzheimer e patologias decorrentes do abuso de substâncias. Esta realidade complexa tem um impacto profundo não só nos indivíduos afetados, mas também nas suas famílias e na sociedade em geral.
As causas para a prevalência de doenças mentais são multifacetadas e podem incluir uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e sociais. Na Madeira, alguns elementos específicos podem contribuir para este cenário. O aumento da esperança média de vida e o consequente envelhecimento da população madeirense contribuem para o crescimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
Fatores Socioeconómicos, o desemprego, precariedade e isolamento social podem ser catalisadores para o desenvolvimento ou agravamento de condições como a depressão e a ansiedade. Somos campeões em ansiolíticos.
O consumo de drogas ilícitas e álcool está intrinsecamente ligado ao surgimento de doenças mentais, como psicoses induzidas por substâncias e outras dependências, que por sua vez podem despoletar ou exacerbar quadros de esquizofrenia ou perturbações de humor.
A disponibilidade e a qualidade dos serviços de saúde mental, bem como o estigma associado à procura de ajuda, podem influenciar a deteção e o tratamento precoce. As doenças mentais têm repercussões significativas que se estendem muito para além do indivíduo, afetando o tecido social da Madeira:
As famílias dos doentes mentais são frequentemente os principais cuidadores, o que pode levar a um desgaste físico e emocional, sobrecarga financeira e, em alguns casos, ao isolamento social. A dinâmica familiar é profundamente alterada, exigindo uma resiliência notável. A Saúde e a Segurança Social tratam de ser pouco acessíveis para o nível de exigência e a Segurança Social faz o favor de impor condições que torna os apoios inacessíveis.
Um dos maiores desafios é o estigma social associado às doenças mentais. Este preconceito leva à discriminação, dificultando a integração dos doentes no mercado de trabalho e na comunidade. O medo do julgamento pode também impedir que as pessoas procurem ajuda, perpetuando o ciclo da doença.
As doenças mentais representam um custo significativo para a sociedade, quer através dos custos diretos com os tratamentos e cuidados de saúde, quer pelos custos indiretos relacionados com a perda de produtividade, absentismo laboral e desemprego.
Embora não seja uma relação direta e exclusiva, em casos extremos e na ausência de tratamento adequado, algumas perturbações mentais graves podem estar associadas a comportamentos de risco, o que pode gerar preocupações em termos de segurança pública. No entanto, é crucial evitar generalizações e estereótipos, pois a grande maioria das pessoas com doença mental não é violenta. Na Madeira abafa-se sempre os suicídios com palavras laterais.
A qualidade de vida dos indivíduos afetados e das suas famílias é drasticamente reduzida. A doença pode comprometer a autonomia, a capacidade de socialização, o desempenho académico e profissional, e o bem-estar geral. Para enfrentar esta realidade, é fundamental uma abordagem integrada que envolva várias vertentes, em 10 anos de Albuquerque nunca vi o seu governo passar da negação à prática. E até os sem abrigo são bêbados em vez de necessitarem de ajuda da Saúde. Campanhas de sensibilização para desmistificar as doenças mentais e combater o estigma são cruciais. A educação sobre saúde mental, especialmente em escolas e comunidades, pode promover a deteção precoce e a procura de ajuda.
É urgente o reforço dos Serviços de Saúde Mental. É essencial garantir o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade, desde a atenção primária até aos serviços especializados. Isto inclui a formação de profissionais, a disponibilidade de camas em internamento quando necessário e a implementação de programas de reabilitação psicossocial. Precisamos de criar redes de apoio para doentes e famílias, bem como programas de reintegração profissional e social, são passos importantes para melhorar a qualidade de vida e a autonomia dos indivíduos afetados.
É importante o combate ao abuso de "substâncias", estratégias eficazes de prevenção e tratamento da toxicodependência e do alcoolismo são vitais para reduzir as doenças mentais a elas associadas. Em vez de vermos as festas em função da bebida.
A Madeira carece de investigação, promover a investigação sobre as particularidades das doenças mentais na Madeira pode fornecer dados cruciais para o desenvolvimento de políticas de saúde mais eficazes. Mas na Madeira primeiro faz-se e depois estuda-se.
A questão da doença mental na Madeira é um desafio complexo que exige um compromisso contínuo de todos os intervenientes, governo, profissionais de saúde, famílias e comunidade. Ao abordar este tema de forma aberta, informada e empática, é possível construir uma sociedade mais inclusiva e solidária, onde a saúde mental seja valorizada e cuidada com a mesma prioridade que a saúde física.
Eu vejo profissionais atolados sem meios capazes. O dinheiro é mal gerido no Governo Regional, o betão não cura...
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.