A falsa independência e o jogo de bastidores na Calheta


A candidatura de Delfim Lourenço à Junta de Freguesia da Fajã da Ovelha está longe de ser verdadeiramente independente. Apesar da narrativa oficial, fontes bem posicionadas garantem que, para além do CDS, há dirigentes do PSD, tanto a nível regional como local, a apoiar discretamente esta candidatura. O cenário desenha-se como mais um episódio do complexo xadrez político que se joga no concelho da Calheta.

De um lado, Dorotéia Leça, que com certeza será futura presidente da Câmara Municipal da Calheta, apoia de forma clara a candidatura de Sara André. Do outro, há quem, mesmo dentro do seu partido, não esconda o desejo de sabotar essa escolha. O objetivo? Impedir que Dorotéia alcance um resultado eleitoral mais expressivo do que o seu antecessor e, ao mesmo tempo, calar de vez, politicamente Sara André.

Segundo essas fontes, há uma estratégia em curso que poderá ir ao ponto de sacrificar a vitória na freguesia da Fajã da Ovelha como parte de um plano mais amplo: descredibilizar e neutralizar politicamente Sara André, figura que continua a ser malvista pela ala Miguelista do PSD e a ser sempre um incomodo na sua forma de intervir, com poucos filtros e muitas vezes criticas ao executivo regional e partidário.

Assim, inviabilizar um bom resultado nesta freguesia, procura-se logo, minar e acabar com a influência futura de Sara André e castigar culpando, de um eventual mau resultado, Dorotéia Leça por não ter apoiado Delfim Lourenço como candidato alternativo, quando este se foi oferecer numa reunião com a mesma e o seu mandatário Carlos Teles, para ser o candidato pelo PSD à Freguesia da Fajã da Ovelha.

A Delfim Lourenço, ex-diretor da Escola da Fajã da Ovelha, onde deixou um rasto de descontentamento entre alunos, funcionários e professores, terá sido já prometido um lugar político em caso de vitória. A promessa, segundo consta, partiu de José Manuel Rodrigues com o aval de dirigentes Miguelistas, numa demonstração clara de que esta candidatura é tudo menos desinteressada.

Relembramos que Delfim Lourenço, o dito “independente” tem um passado que politicamente incluiu candidaturas pelo PSD, PS e atualmente o CDS.

Assim, Delfim Lourenço surge como a peça escolhida para travar Sara André, atual presidente da Casa do Povo da Fajã da Ovelha, numa disputa que vai muito além da liderança da Junta de Freguesia. O que está em jogo é o futuro político de várias figuras e o controlo interno de um partido em clara convulsão em toda a Região, com avanços e recuos.

O eleitorado e candidatos, da Fajã da Ovelha, que ,em boa-fé, integram um projeto dito “independente”, mais uma vez, vêem-se envolvidos num jogo de estratégias e vinganças internas, onde a independência é apenas um rótulo conveniente para enganar tolos.

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