À Polícia Judiciária do Continente


C aros senhores, é a vocês que me dirijo. (...) Peço atenção especial a um detalhe que pode parecer pequeno mas é gigante: o passaporte do Dr. Miguel Albuquerque. Dizem por aí — e quando os rumores são muitos é porque alguma verdade carregam — que já anda a preparar discretamente a sua fuga. Afinal, depois de tanto “amor eterno” à Madeira, seria um pouco embaraçoso vê-lo desaparecer pela porta do Aeroporto Cristiano Ronaldo rumo a um qualquer paraíso discreto e sem extradição.

E convenhamos, não seria caso único na política e nos negócios portugueses.

  • Lembram-se de Armando Vara, que não resistiu ao peso da prisão preventiva e acabou por se suicidar?
  • Ou de José Sócrates, ex-primeiro-ministro, que encheu o país de vergonha com processos e suspeitas de corrupção que até hoje arrastam os tribunais?
  • Ou de Ricardo Salgado, o “dono disto tudo”, que fez colapsar o império BES e arrastou milhares de portugueses para a ruína, enquanto ele próprio vive durante anos como um príncipe intocável, agora com Alzheimer?

Todos eles mostram como funciona o manual da corrupção à portuguesa: primeiro, o poder absoluto; depois, a teia de favores e negócios obscuros; e, quando a maré vira, vêm as fugas, as manobras dilatórias e os discursos sobre perseguições políticas.

A diferença é que, na Madeira, este manual está a ser seguido à risca por Miguel Albuquerque e companhia. O mesmo guião: o discurso inflamado, a propaganda constante, o silêncio cúmplice quando surgem suspeitas — e agora, tudo indica, a preparação da saída de cena… com passaporte em mãos.

Por isso, caros senhores da PJ do continente, não deixem que a história se repita. Segurem-lhe o passaporte antes que o próximo voo da TAP leve consigo não só o homem, mas também as respostas que o povo madeirense merece.

Porque já vimos este filme demasiadas vezes: Calado, Avelino Farinha, Rogério Correia, Vara, Sócrates, Salgado… todos diferentes, mas todos parte da mesma rede de fuga, impunidade e desprezo pela justiça.

Porque se o deixam escapar, o próximo “discurso à região” vai ser transmitido em direto… da sala de embarque.

*

Nota do MO: autor, há uns pormenores que desconhece... até estão. Take it easy.

Info: Como Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque tem direito a um Passaporte Diplomático. Este tipo de passaporte é emitido a altas figuras do Estado e a outros funcionários públicos de topo para as suas deslocações oficiais ao serviço da República Portuguesa. A sua posse facilita o processo de entrada e saída de países, concedendo certas imunidades e privilégios que não estão disponíveis no passaporte comum. É importante notar que este passaporte é distinto do passaporte comum, que é usado por cidadãos em viagens pessoais. O Passaporte Diplomático é especificamente para fins oficiais e de representação.

  • Documento de viagem para fins estritamente oficiais e diplomáticos. Destina-se a facilitar a circulação de representantes do Estado em missões oficiais.
  • É atribuído a um grupo restrito de figuras, como o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, ministros, deputados, diplomatas e outros altos funcionários do Estado em serviço.
  • Emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, sem custos para o titular.
  • A validade está diretamente ligada ao exercício do cargo e, por norma, não excede os cinco anos.
  • Confere ao titular certas imunidades e privilégios, como o acesso a filas exclusivas em aeroportos, menos escrutínio alfandegário e facilitação de vistos para entrar em determinados países.
  • A sua emissão é gratuita.
  • A capa tem uma cor diferente (geralmente azul-escura) e a inscrição "Passaporte Diplomático".

Enquanto o passaporte comum é um direito de todos os cidadãos para a sua liberdade de movimento, o passaporte diplomático é um instrumento de trabalho e de representação do Estado, conferindo privilégios que são diretamente proporcionais à importância da função pública do seu titular.

Enviar um comentário

0 Comentários