Saúde: toda a estatística dilui.


N ormalmente, os médicos no país odeiam a política. Na Madeira metem-se na política. A Região Autónoma da Madeira tem um rácio de médicos por habitante inferior à média nacional, embora a situação tenha mostrado algumas melhorias recentes. Esta disparidade é resultado de vários fatores complexos, e o Governo Regional tem implementado medidas para tentar contrariar a tendência.

Em 2024, a situação era a seguinte:

  • Rácio Nacional: O país registava uma média de 6,0 médicos por 1000 habitantes.
  • Rácio na Madeira: A média na região era de 5,5 médicos por 1000 habitantes.

Embora este valor seja inferior à média nacional, representa um ligeiro aumento em comparação com anos anteriores, o que sugere um esforço no crescimento do corpo clínico. No entanto, a distribuição é desigual, com uma concentração muito maior de médicos na cidade do Funchal do que em outros municípios mais rurais. É aquele velho calcanhar de Aquiles das Estatísticas que diluem e generalizam.

As razões para a escassez de médicos na Madeira, que se reflete na dificuldade em fixar profissionais, são multifatoriais. Desde logo a insularidade, a perceção de isolamento podem tornar a região menos atrativa para alguns profissionais, especialmente para aqueles que preferem estar mais próximos dos grandes centros urbanos e universitários do Continente, zonas de decisão, carreira e conhecimento.

Embora o número geral de médicos tenha aumentado, ainda há uma carência notória em certas especialidades. Assiste-se neste momento à transferência dos problemas não resolvidos no Público para o Privado que em certas especialidades começa a ter os tempos de resposta do Público. Ninguém resolve, transfere.

No Público, alguns relatos apontam para a falta de uma liderança mais motivadora e para a necessidade de melhores condições de carreira e de trabalho que possam competir com o setor privado ou com outras regiões. Cuidado que nem todos são mercenários ou mercantilistas da Saúde e nem todos Políticos sem formação para mandar. Estes números, gerais, Público e Privado, indicam que a sobrecarga de trabalho para os profissionais existentes e o aumento dos tempos de espera para os utentes, especialmente para consultas de especialidade ou cirurgias vai aumentar.

Desde 2020, é atribuído um subsídio mensal de 700 euros a todos os médicos do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM). Além disso, foram criados pagamentos majorados por horas extraordinárias. Porque é que não atrai médicos?

O investimento em novos blocos operatórios e na estrutura hospitalar visa melhorar as condições de formação e de trabalho para os novos médicos, tornando o SESARAM mais competitivo. Também está na forja o novo hospital que ninguém entende como vai dar menos resposta do que o existente. Quer dizer, temos a população habitual, os estrangeiros que se tornaram residentes e os imigrantes para obras e hotelaria, e não se constrói para dar resposta? Ou é premeditado para oferecer ao Privado?

Pedro Ramos tornou-se a sombra da Micaela para o hospital novo? O problema está na gestão política! Cada vez mais incompetentes e cada vez mais políticos. A política mina tudo!

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