O uvimos os vários candidatos autárquicos a falarem da habitação e do quanto é urgente construir mais para albergar várias famílias. Não sou totalmente de acordo com esta pretensão. A Madeira já tem casas suficientes, em algumas zonas até demais. Não existem em número suficiente pelo simples facto de estarem a ser ocupadas por turistas e estrangeiros. Se não houvesse tanto licenciamento de alojamento local, se este tivesse regras mais apertadas, certamente muitas casas estariam no mercado do arrendamento. O preço exorbitante que pedem pelo aluguer tem que ver com a escassez de oferta, é uma lógica económica: pouca oferta e muita procura faz disparar os preços.
É inadmissível que sejam licenciadas casas de alojamento local que não tenham garagem coberta ou descoberta, pois isso faz com que os carros de rent a car ocupem lugares na via pública que deveriam ser para os moradores que não têm outra hipótese a não ser a via pública, já que muitas casas são antigas e/ou não têm espaço para acolher o carro. Além de que as estradas são feitas com dinheiros públicos e os residentes pagam impostos. Dirão: os proprietários de alojamento local também pagam impostos. Não é bem verdade, muitos estão ilegais e é só lucro, além de que estão a receber dinheiro, enquanto o morador não.
Não se ouve os candidatos falarem daquele que do meu ponto de vista é já uma urgência e que convém não adiar: a construção de lares para idosos. A população madeirense está envelhecido, o aumento da esperança média de vida é uma realidade e muitos idosos ficam sozinhos.
Ontem, na RTP Madeira, o Dr. Júlio Nóbrega, diretor clinico do SESARAM disse uma verdade: um idoso que tem um AVC, por exemplo, fica paralisado, os filhos trabalham, se o levam para casa, o mesmo ficará sozinho ao Deus dará. Ninguém se pode dar ao luxo de deixar o emprego para ser cuidador, pois ninguém vive do ar. Por isso reitero: é urgente começar a pensar seriamente em construir ou adaptar edifícios escolares ou outros em lares. Se não o querem fazer, comecem a pensar em orçamento para pagar condignamente quem tem de deixar o emprego para cuidar de outro.
