F inalmente o PSD dá um sinal de vida em São Vicente. António Gonçalves, 31 anos, candidato à Câmara Municipal, mostra que ainda existe espaço para apostar em gente jovem, com currículo profissional sólido e com provas dadas fora da política. É isto que o partido devia fazer sempre: dar palco a quem tem valor, e não apenas a quem anda de bandeirinha na mão dentro do partido.
Mas a verdade é que este exemplo é exceção e não regra. O caso do Funchal é a prova disso: tiveram a oportunidade de colocar um jovem competente na vereação e não o fizeram. Resultado? Abriram as portas para o CDS aparecer com um candidato jovem, dinâmico, e mostrar que, afinal, há vida política para além do PSD. Foi uma chapada de luva branca, e bem merecida, a Miguel Albuquerque, a Bruno Melim e ao aparelho do partido. Ficaram a ver navios, presos a nomes que já não entusiasmam ninguém.
E a lista de erros não para por aí. Nas legislativas, a JSD e Bruno Melim apresentaram duas raparigas totalmente desconhecidas, sem peso político nem ligação à sociedade civil. No Funchal, a escolha recaiu sobre um jovem que ninguém conhece. Nomes sem rasgo, sem impacto, que não motivaram ninguém. É esta a “renovação” que querem vender? Pura vaidade.
O pior, no entanto, está dentro da própria JSD. Jovens como Vítor Abreu, Dionísio Andrade, Jéssica Faria, André Alves, João Jardim e Dinis Ramos poderiam ter dado outro fôlego, outra voz, outro futuro à estrutura. Mas Bruno Melim, obcecado pelo controlo, afastou-os sistematicamente. Quem não se curva à sua liderança não tem lugar. O resultado é uma JSD sufocada, sem debate, sem coragem, sem relevância fora das paredes do partido. É uma organização morta em vida.
E a pergunta é inevitável: dentro da JSD, não existe ninguém capaz de romper com este ciclo? Ninguém que possa unir, inovar e finalmente fazer a diferença, sem depender de Bruno Melim? Porque, se não houver, a verdade é esta: o partido está preso, e os jovens capazes continuam bloqueados, à sombra de quem prefere manter o controlo em vez de abrir espaço ao futuro.
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.