Elsa Fernandes a secretária regional da Educação?


O nome de Elsa Fernandes, professora da Universidade da Madeira e ex-vice-reitora, tem sido apontado para o lugar de Jorge de Carvalho, que deixa a Secretaria Regional de Educação para candidatar-se à Câmara Municipal do Funchal.

Trata-se de uma pessoa discreta, trabalhadora e empenhada na promoção de projetos educativos na área da Matemática. Como vice-reitora da UMa, o seu mandato foi marcado por nada de especial, a não ser um ou outro despacho favorecendo militantes do PSD/M, por exemplo, possibilitando a professores no período experimental concorrerem a um concurso de promoção para a categoria seguinte, sem antes terem a anterior.

Mas entre Elsa Fernandes e Ricardo Nascimento, ex-presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, é preferível a professora da UMa.

Nunca foram acertadas as escolhas do PSD/M para o cargo de secretário regional da Educação. Quase todos os secretários limitaram-se a gerir/controlar o dia-a-dia dos estabelecimentos de ensino, com as clientelas partidárias, sem desenvolverem a educação na RAM, com as prerrogativas que a Autonomia permite. Foram uns burocratas, mais ou menos simpáticos. Apenas Francisco Santos foi arrojado ao implementar na Região alguns projetos educativos inovadores

A política governamental dominante passou pela construção de muitos edifícios escolares, sem atender à dinâmica demográfica, que mais dia menos dia terão de encerrar.

Para secretário da Educação numa Região Autónoma, no século XXI, exige-se alguém com experiência prática como docente, gestor escolar ou investigador em projetos educativos, experiência em administração pública ou gestão e capacidade de liderança, competência política, poder de comunicação, conhecimento da realidade porto-santense e madeirense e, sobretudo, visão estratégica de inovação pedagógica.

Ora Elsa Fernandes tem experiência docente e de investigadora em projetos educativos, conhece razoavelmente a realidade da Região, mas falta-lhe a competência política e até “diplomática” e uma visão holística sobre educação, fora da área da Matemática. Além disso, tem dificuldades em comunicar, apesar de ser capacidade passível de aprendizagem.

Contra si, tem a carga negativa do ambiente da Universidade da Madeira, onde domina a vaidade e o egocentrismo. Um secretário da Educação, obrigado a falar constantemente com diferentes agentes/intervenientes no processo educativo, tem de se apresentar com uma postura dialogante e recetiva ao debate e ao contraditório. Não pode achar que tem sempre razão, como na UMa.

Quanto a Ricardo Nascimento, é hipótese descartável, apesar da sua experiência autárquica e aquele ar bonacheirão. Contudo, de educação nada sabe, para além da sua reduzida e longínqua experiência docente.

Enfim, conhecendo bem a Elsa Fernandes, e estimando-a, aconselho-a a não aceitar, porque vai sair do Governo chamuscada, como Susana Prada.

Convidem o professor Manuel Jacinto de Ascensão Jardim. É madeirense e conhece bem a Educação.

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