Olá, quero comentar esta intervenção na vossa página (link):
Foi liberalizado exactamente porque não existia nem existem guias suficientes. Existem também guias que não são poucos os tal chamados de "piratas" injustamente que fazem um bom serviço porque conhecem bem a ilha e sua história, pesquisam muito sobre a ilha e até estudam as várias localidades seus costumes etc. E também sei de agências que utilizam esses tão chamados "piratas" porque fazem um bom e profissional serviço sei que o preço que pagam é igual ao guia oficial, conheço e tenho a tabela de preços. Em outras situações pode haver uma ligeira diferença, poderá sim existir outros menos competentes sim claro mas isso é igual tanto para os oficiais como para os chamados "piratas" apelido esse que é injusto e depreciativo. No fim todos querem o bem da sua terra.
A liberalização, em teoria, visa aumentar a oferta e a concorrência, beneficiando o consumidor com mais opções e preços competitivos. No entanto, há um efeito colateral preocupante, a potencial perda de qualidade e o aumento da desregulação.
Ao liberalizar-se a atividade sem a criação de mecanismos de controlo eficazes, o mercado ficou aberto a profissionais sem formação adequada. Isto pode comprometer a experiência do turista, que, em vez de um serviço de qualidade, pode deparar-se com guias sem o conhecimento aprofundado da história, cultura e geografia da ilha, ou que até possam colocar a sua segurança em risco. Portanto, estamos num tempo de fazer poncha por estrangeiros e deles a ensinar a outros o que é a nossa terra.
O paradoxo dos "piratas", é interessante o ponto que refere sobre alguns guias não oficiais, chamados de "piratas", que fazem um trabalho de excelência. O facto demonstra que a qualidade nem sempre está diretamente ligada a um selo oficial. No entanto, é precisamente a ausência de um sistema regulador que permite que um guia competente seja apelidado de "pirata" ao lado de outros que podem ser menos qualificados. Se é tão bom porque não se legaliza? A liberalização, neste caso, não separa o trigo do joio, criando uma zona cinzenta onde a falta de regulamentação afeta a reputação de todos os profissionais. E os que pagaram para ter curso?
A liberalização indiscriminada é vista como uma desvalorização do esforço e do investimento de quem se dedicou a uma formação específica. Há falta de professores, de médicos, etc, vamos liberalizar?
A ausência de valorização do estudo e da formação oficial pode ser desmotivadora. Eduardo Jesus volta a criar caos. Se a profissão é acessível a qualquer pessoa, sem a necessidade de um percurso formativo, o estatuto profissional de quem se preparou para o cargo é abalado. Isso pode levar a uma espiral negativa onde a formação deixa de ser vista como um fator diferenciador e de qualidade. A liberalização arrasou e vai arrasar.
A massificação do turismo, que a liberalização pode potenciar, levanta sérias questões de sustentabilidade. Sem controlo, há o risco de uma exploração excessiva de recursos naturais e culturais, com impacto negativo no ambiente e na qualidade de vida dos residentes. Um turismo sustentável deve ser gerido de forma estratégica, com quotas, regulamentos e a valorização de um serviço de excelência, algo que a liberalização desenfreada parece ignorar. Podem querer que vão terraplanar a ilha com estas decisões. Gostei da foto, morte por frequência: link
A liberalização da atividade de guia turístico na Madeira, apesar de poder ter tido a intenção de dinamizar o setor, parece ter falhado na sua implementação. A falta de um plano estratégico e de mecanismos de controlo eficazes resultou num cenário de incerteza, onde a qualidade nem sempre é garantida. Esta decisões é própria de quem não tem ideias e muito menos políticas para o turismo. Não é preciso saber nem pensar.
O problema não é a liberalização em si, mas a forma como foi feita. Seria necessário complementar a liberalização com medidas que protegessem a qualidade do serviço e valorizassem a formação. Por exemplo, criando um sistema de certificação de qualidade transparente e acessível a todos, independentemente de serem guias oficiais ou não.
A situação, tal como descrita, é injusta para quem estuda e para a própria imagem da Madeira como destino de qualidade, pois a desregulação pode levar a um turismo de massas, prejudicial e insustentável a longo prazo.
Na terra dos "piratas", os madeirenses podem fazer de guias?
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