O Carvalho do dia 12 (o que a comunicação social não vos diz)


Sugestivo fruto do Carvalho.

A manhã é dia 12 e espera-se que Jorge Carvalho comece a sua campanha eleitoral, amanhã também ficará a faltar um mês para as eleições autárquicas. Vai haver uma explosão jornalística de um mês de Carvalho... porque agora já basta por conhecerem o eleitorado? E têm medo que corra mal e ameaçam a Opinião Pública?

Em 2017 e 2019 forçaram a saída de Leal e Cafôfo dos seus cargos para serem candidatos. Agora ninguém se importa que o Carvalho se mantenha no cargo até ao limite do inaceitável. Dá um ar de autoconfiança, mas também de soberba e saudosismo, onde nem uma claque de escolas perfiladas pelo PSD durante o seu mandato disfarçam. Pelo que parece, vai ser necessário desencadear uma operação de desencarceramento na secretaria da Educação para extrair de lá, o candidato do PSD.

Tudo isto me parece forçado. Reparem que a Pedra informou que "não seria candidata", todos leram que ela não queria, mas leiam de novo. Se calhar não houve convite e a mesma fórmula da frase também dá. Depois vem Jardim e diz-se com pena que não se recandidate. Se calhar nem interpretou pelo segundo formato... mas tudo se sabe.

Pedra disponibilizou-se, em mais do que uma ocasião, ao Albuquerque para ser candidata. Uma das vezes no encontro de Natal na Quinta Vigia, junto com outros autarcas do Funchal. Albuquerque manteve sempre o silêncio. Enquanto noutros concelhos já anunciava candidatos, sobre o Funchal nunca disse que considerava a Pedra como possível solução para continuar. Isso foi notório no discurso do dia da Cidade em 2024. Esteve de bico calado sobre o assunto, enquanto o comunicação social, divergia o foco. É para isso que existe, como a outra leitura de "não seria candidata".

Depois veio abril, deste ano, já toda a gente do núcleo próximo do Albuquerque dentro PSD sabia que ele não contava com a Pedra para ser candidata. Começamos a ver assessores a encontrar guarida em secretárias, como o Cabral. O candidato do PSD ao Funchal iria ser anunciado depois das Eleições Legislativas do dia 18 de Maio, como sempre esconde-se o jogo do eleitorado, jogo a jogo para não haver melindres.

Farta de se colocar em bicos de pés e o convite nunca chegar, Pedra anunciou a sua desistência no dia 6 de Maio. Não queria passar pela humilhação pública de ser preterida por outro candidato. Não quer nada com a Câmara nem com as eleições, o que parece ser a mesma ideia com polaridade diferente com Carvalho. Albuquerque é um mestre a desadequar quadros, ele preenche espaços não constitui governação e já deu mostras de não proteger ninguém. Veja-se o que fez com Bruno Pereira ou outros secretários, claro que em dualidade de postura, já que ele não larga a imunidade, é um agarrado. Todas as opções que Albuquerque tinha para a CMF foram-se afastando, em especial o Fino.

Querendo fugir de Calado, como o diabo da cruz, Albuquerque tentou então escolher um candidato que esfriasse a loucura do ex-presidente da câmara em ser recandidato e a escolha recaiu sobre o "tapa-buracos" José Luís Nunes, o que tinha razões pessoais, mas resolveu num instante e está em forma. Ninguém sabe se foi automedicação.

A doença de "razões pessoais" deu-se numa análise de rotina, bateu com a porta quando se apercebeu que estava a ser manobrado pelo Calado, que lhe escolheu a equipa metendo a Patrícia Dantas em vice-presidente, pessoa idónea para gerir o dinheiro e ainda a prima Calado no Urbanismo a gerir os interesses imobiliários. Chuva na eira e sol no nabal.

Chegamos ao Carvalho, nunca vi um candidato que a um mês das eleições não se lhe conheça uma ideia, uma proposta, ou sequer uma intenção. Se Albuquerque não mostrou programa eleitoral que valha e muito menos deu a cara em cartazes, porque é que Carvalho precisa de ideias? O eleitorado é que não quer abrir os olhos e gosta de passar cheques em branco.

A escolha de Carvalho foi uma solução de último recurso, mas está à vista de todos que o próprio não quer ser autarca nem à força, era tão bom ser secretário e "segundo" do Governo a salivar... Já é o segundo na situação. Afinal Albuquerque também queima delfins. Aqui estamos a 11, vésperas de 12, à espreita sobre o que vai a comunicação social fazer para cumprir com a sua parte do "contrato do MediaRAM", benesse gerida justamente pelo Carvalho até amanhã.

Parece que Carvalho, com uma perna às costas, pensa que para ser Presidente de Câmara basta-lhe vir aos Paços do Concelho assinar o papel de tomada de posse, tal como fez na secretaria. Depois é minar tudo como fez nas escolas para receber aplausos da claque. Tudo normalizado e convencido. Nunca se viu umas eleições com tão pouco entusiasmo. As campanhas já não esclarecem ninguém, até porque a população é passiva, adapta-se e não é exigente.

O PSD nem quer sair à rua, parece que sabem que todo o dinheiro gasto vai ser escrutinado, se calhar o partido não quer somar mais dívidas de milhões e confia num eleitorado domesticado, complacente, nada exigente, situação de se aproveitar com a cara que não aparece e muito menos ideias. O processo "Ab Initio" deixou toda a gente com medo de repetir as práticas do passado, em que as empresas do regime pagavam as campanhas.

Só fica um corajoso, aquele que também construiu império com a política em conflito de interesses de décadas, o único dinheiro do partido que o próprio gere, por isso ninguém tem a coragem de mexer.

Aproveitem as leituras que Planeta algum vai informar, tudo isto é escondido e não aparece nem de piada. O Planeta são os roncadores do Pde António Vieira.

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