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E ntre os acidentados há quem não sobreviva para contar a história. Não me venham com histórias, há nesta ilha quem enalteça a Morte. Não acredito que sejam todos, mas grande parte destes motociclistas é mesmo limitado.
O falecido nem tinha diretiva antecipada de vontade e, penso eu, um testamento preparado em que demonstrasse a vontade explícita que os seus amigos fizessem stunts e burnouts em sua homenagem, no seu fumeral. Mesmo assim, foi feito o “espetáculo”, com a cereja no topo do bolo: Comprometer a segurança de outrem e fazer ruído em vez, de chorar, lamentar, refletir em silêncio e em comunidade.
A Mistura de Branco e Preto nas T-shirts dos aficionados demonstra confusão e desorganização. Não se soube qual era a verdadeira cor homenageante porque, obviamente, ninguém procura uma morte precoce e muito menos um jovem terá o seu funeral preparado.
Local: Reuniram-se no lugar do acidente, marcado pelo acontecimento infeliz, debaixo da ponte, lugar sem luz, representado pela obscuridão e profundezas. Arte rupestre com inscrição a negro a data do seu falecimento em vez da data do seu primeiro amor fosse ele a sua mota, ou uma alma qualquer. Nem as flores neutralizam.
Está mais que visto, que estes indivíduos sofrem de um mal: Alzheimer. Cada vez mais esquecem-se de como fazer uma homenagem digna e respeitosa. Esquecem-se sobretudo da quantidade de homenagens que fazem e fazem-no continuamente, sem se questionarem pelas razões que são obvias: Negligência.
“Sociedade da Perseverança como laboratório da Esperança…”? do Presidente Albuquerque ao citar D. Tolentino de Mendonça. De facto, muito poética, cor-de-rosa, mas no seu interior irredutível, negra, cor de alcatrão, com cheiro a churrasco de carne humana cauterizada no rail e no betão das nossas estradas.
Ao Marco e à sua família, faço o meu silêncio e dou as minhas sinceras condolências porque ruído já tiveram muito.