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Só falta olhos azúis para ser outro Ken. |
Q uase todos os que são condutores de automóveis já se depararam com a situação de não conseguir controlar os movimentos das motas pelos espelhos, porque têm uma condução agressiva para estar sempre a furar. Mota não respeita o trânsito e tolo é quem não furar, contudo é um elo fraco. Motociclista atrevido tem menos proteção do que um corrupto.
Temos assistido a cada vez mais casos de acidentes e lesões graves, quando não é a morte, por entre os motociclistas. Hoje mais um acidente inusitado: link. Por incrível que pareça, até nisto a culpa é do Eduardinho que pinta o cabelo de loiro, de facto. Deixa de ser incrível quando se pensa na quantidade de rent-a-cars e seus carros às centenas que colocou nas vias, com estrangeiros que estão mais preocupados em olhar para o GPS, se ambientar à nova viatura, a interpretar as sinalizações que encaram por primeira vez, situações que não deixam tempo para vigiar as motas intrusivas.
Nos últimos tempos, tem-se verificado um aumento preocupante de acidentes envolvendo motociclistas na Madeira. A realidade é que quase todos os condutores de automóveis já passaram pela experiência de se sentirem incapazes de prever ou controlar os movimentos repentinos das motas, especialmente nos espelhos retrovisores. Muitas vezes, a condução agressiva de alguns motociclistas – que insistem em “furar” entre carros, acelerar em faixas estreitas e ignorar regras básicas de circulação – torna-os difíceis de acompanhar e perigosos para si próprios e para os outros. Cria-se uma mentalidade de que “tolo é quem não fura”, quando na verdade esta atitude transforma as motas no elo mais fraco da estrada.
O equilíbrio é a velocidade, mas continua a ser sobre duas rodas! É um veículo que encurta o tempo de deslocação porque fura, a outra face da moeda é o acidente. Sim, há coitados, azarados, boas pessoas, dignos de solidariedade, mas também há uma mentalidade que fica exacerbada com a quantidade de veículos que o turismo rasca trouxe e que pretende fazer tudo a bordo de um rent-a-car. As pessoas impacientam-se, todas, com a mota pode-se furar. O que mudou não foram os motociclistas mas a nova realidade da condução com uma imensidão de gente nova nas nossas estradas por causa do turismo rasca. Já não se pode aturar! É verdadeiramente irritante.
Os números e os casos falam por si, lesões graves, acidentes que deixam marcas permanentes e, em situações mais trágicas, a morte. Apesar de tudo, não raras vezes a culpa recai sobre terceiros, são omitidos. Eduardinho que pinta o cabelo de loiro é uma forma de apontar o dedo ao sistema político, onde se discute mais do que se resolve e nunca se estuda nada! Somos os maiores, para quê?! São políticas aloucadas de inchados de si.
A enorme quantidade de veículos de rent-a-car que circulam diariamente nas estradas madeirenses é um cancro com metástase. Esta dos motociclistas é uma. A ilha tornou-se um destino turístico de referência, os prémios compraram uma clientela que não interessa e que as Low Cost viabilizam, com isso multiplicaram-se os carros alugados. Muitos destes condutores são turistas, pouco familiarizados com as particularidades da malha viária local. De repente transgridem tudo ou fazem inversão de marcha para acertar na segunda interpretação do GPS ou porque já passaram por onde deveriam seguir. O íngreme, as curvas, as ruas estreitas que caracterizam a Madeira atrapalham estes condutores de "90". O resultado é inevitável: menos atenção para vigiar o que os rodeia, nomeadamente as motas que surgem de forma intrusiva e inesperada.
A combinação é explosiva. Motas intrusivas e condutores de rent-a-car desatentos, inseguros ou demasiado dependentes da tecnologia para guiar. No meio desta equação, quem sofre são vidas humanas.
É preciso refletir sobre isto. Falar em educação rodoviária não é apenas uma formalidade, é uma necessidade urgente. Tanto motociclistas como automobilistas devem ser chamados à responsabilidade, e talvez até seja o momento de reforçar fiscalização e campanhas de sensibilização. A estrada não é palco de corridas nem lugar para improvisos. Cada desatenção ou excesso pode custar caro, não apenas a quem arrisca, mas também a famílias que ficam marcadas para sempre.
E o mais importante, os turistas que alugam carros devem ser visados de forma implacável. Não são santos e basta ver como circulam nas imensas rotundas que temos, fazem isso na terra deles? As campanhas devem atingir as rent-a-cars que instruem os estrangeiros a conduzir mal para proteção legal, se mudas de faixa numa rotunda é 50-50, mas foi o estrangeiro que fez a rotunda toda por fora! Parem de fazer anúncios radiofónicos só para madeirenses por causa do fogo nas serras, é preciso campanhas para os turistas rascas que também podem provocar incêndios na serra, acidentes na estrada e que não respeitam nada, nem sinais ou portas nos trilhos e levadas.