Os "candidatos" Cristina e Miguel.


É curioso ver como a política tem destas ironias: quando se está no cargo, falta sempre tempo, vontade ou paciência; mas quando se anuncia a saída, de repente, sobra energia, entusiasmo e atividade. O caso de Cristina Pedra e Miguel Silva Gouveia é exemplar: estão de saída, mas parecem mais ativos do que os candidatos que ainda sonham com a cadeira da autarquia. Os candidatos não falaram absolutamente nada sobre o caso Cortel ou Alojamento Local.

Dir-se-ia que Cristina e Miguel estão arrependidos de ir embora. O mais engraçado é que houve tantos políticos que, mesmo com limite de mandatos ou da Justiça, andaram a fazer ginástica legal e piruetas jurídicas para se agarrarem ao poder, como se fosse a última cadeira no jogo da música, outros tornaram a autarquia uma monarquia. É quase uma afronta à tradição da política madeirense, onde “ir embora” costuma ser apenas um verbo no condicional.

No fim, o retrato é simples: Cristina Pedra e Miguel Silva Gouveia não são candidatos, mas estão a comportar-se como se estivessem numa campanha. Talvez o segredo seja esse: a liberdade de quem já não tem nada a perder é o melhor combustível.

Os candidatos que querem mesmo ser eleitos parecem mais mortos do que vivos. Anda-se pelo Funchal e percebe-se: os que deviam estar em campanha estão em hibernação, e os que já desistiram estão em full power. Será que é uma perceção promovida pelo jornalismo? A política madeirense vive de pessoas que nunca mais saem, e vêm estes dois a estragar a tradição.

Como não seria uma campanha Cristina vs Miguel, só não valeria tirar dentes.

P.S.: foi tão bonito aquele que ia sair por razões pessoais a fazer aquela sugestão de censura... outro que sai mas não sai. E o "Róberto" mi amor, da bananeira no buraco, que está de novo no ativo, ai campanhas eleitorais como acordam gente desprendida. A equipa galáctica vai "arrasar" até ao fim.

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