A proximam-se as autárquicas. Montam-se os palanques, mexem-se as personagens e começa o circo. E que o diga o concelho da Ponta do Sol. O candidato laranja é, nada mais e nada menos que: Senhor R., o antigo presidente do município.
Toda a gente sabe quem ele é. Pujante, que sempre se apoiou nas grandezas do partido, que só se importava com festas, ajudar os amigos e nada fazer pela sua terra.
Tanto que, foi investigado pelos benefícios dados — facilitação de obras e exploração de espaços do município. Cedência de extração de inertes das praias do concelho a um amigo, isenção de renda de um espaço cuja exploração ficava a um seu amigo e presidente da Junta na altura.
Facilitação de movimentos de verbas municipais para uma associação cultural local, do qual fez parte da direção com os seus compinchas e era gerida pela sua cunhada. Facilitação de movimentos de verbas municipais para a casa do povo local, que era administrada por um senhora da sua anterior e atual equipa camarária.
Facilitação a empresários e obras locais, com vista a "favorecer o povo" como gosta de gozar com a Justiça.
O Ministério Público investigou e concluiu que, no que havia sido acusado, era fruto da incompetência e não da malícia. O Procurador chamou-o de incompetente, impreparado e inapto para ser presidente de câmara. E assim "absolveu" destes crimes de violação urbanística. Diz o Procurador que o erro e a incompetência não são crime. Muita gente respirou fundo… Que bom que é ser incompetente!
Mas logo de seguida veio a acusação de corrupção por "oferecer" a exploração de um espaço municipal a um amigo. Meses e meses a explorar o bar da praia, sem pagar renda, com o consentimento e ocultação do Presidente de Câmara. Veio aí o "bate-bate coração" e um recurso aflito da decisão do Ministério Público, que, além da condenação por prevaricação e participação económica em negócio, pede 38 mil euros de indemnização pelo prejuízo causado ao Município da Ponta do Sol. "Mas foi tudo para ajudar o povo", dirá o Sr. R.
A ETAR também foi desmantelada e assaltada em plena luz do dia no mandato do Sr. R. Mas como habitual o Sr. R não viu nada, não sabe de nada, e nem apresentou queixa pelo furto. Um tremendo mistério que o Sr. R. preferiu esconder e que lesou os munícipes em 1,5 milhões de euros.
Após a entrada da Sra. C. como presidente, o PSD local ficou com representação na câmara, mas até hoje, nem vê-los… E porquê? Porque o PSD local está gasto, sem ideias, sem vontade de trabalhar. Ser um político com ideias dá trabalho. Que o diga o Sr. L, candidato em todas as eleições autarquicas pelo PSD a n°2, e vereador "fantasma" há 8 anos.
Acontece que, passado este tempo, o Sr. R. é novamente chamado. Não porque é o melhor candidato. De longe, não é. Mas porque secou tudo à volta, rasteja como lhe é dito pelo Funchal, ao ponto de já recusar a Via Expresso para os Canhas.
O Sr. R. lá aceitou o desafio. Vaidoso. Mas sem força perante as primeiras (e muitas) dificuldades sentidas no terreno. Está gasto, cansado e sem ideias. E escolheu uma equipa pior: cansada, sem carisma algum, sem interesse, o chamado pão sem sal. Escolheu até, para liderar a Assembleia, o Sr. N, que insultou meio PSD Ponta do Sol há coisa de ano e tal, na presença de Miguel Albuquerque, tendo ameaçado ser candidato à Câmara como independente. O Sr. R., aqui, fez o que mandam os livros: lançou um osso ao Sr. N. que nem pestanejou e aceitou-o de bom grado, como quem apenas deseja o palco que nunca teve. Foi "para unir o partido", garante o Sr. R., nesta jogada, para silenciar todos os demais membros da lista que vomitaram ao ouvir o nome do candidato à Assembleia Municipal. Partilham elogios mútuos e juras de amor eterno nas redes scoais, por conveniência, até ao dia 12 de Outubro, fazendo o frete de se tolerarem na presença uns dos outros. "Nunca mais chegam as eleições, estou farto deste tipo", desesperam no seu íntimo, escondendo a agonia com um sorriso de rádio.
Mas não é só isto. A equipa do PSD é, provavelmente, a pior da ilha. E as pessoas perguntam: o PSD não conseguia uma candidatura com mais de sal do que isto?
A resposta é não, não conseguia. O PSD na Ponta do Sol é um cadáver que auto-inflingiu a sua morte. Foram, pouco a pouco, os militantes, se desviando ou rejeitando convites para um funeral do qual ninguém quer fazer parte. Os telefones tocam, ninguém atende. O Sr. R. insiste que não precisa de falar com ninguém.
Comentam, pelas ruas da bonita vila, que o próprio Sr. R. disse que não confia em mais ninguém a não ser os 4 ou 5 que escolheu. Um candidato a presidente que só confia em gente gasta. É o resultado do seu (MAU) trabalho no passado. Pelos lados da cidade também pouco ou nada defendeu a sua terra. No entanto, ele e o seu bando surgem como os milagreiros, como os salvadores, como os únicos conhecedores do que esta terra precisa.
Sou militante do PSD, e confesso que não morro de amores pela Sra. C., no entanto espero que ganhe, e bem, as próximas autárquicas na terra que me viu nascer e crescer.
Não é perfeita e tem as suas teimosias, mas soube inovar, soube fazer obra no que era essencial (ao contrário do R. e companhia), sendo muita desta obra “escondida”, como a rede de saneamento e os cemitérios, soube dar oportunidade aos jovens, soube se reger pela lei e soube focar o seu trabalho no que o concelho precisa, não na popa e circunstância em que a Ponta do Sol estava mergulhada. Imaginem se as verbas fossem maiores, como o Sr. R. teve durante anos para fazer trabalho.
Um grande bem haja a todos!
1 Comentários
Não deixa de ser curioso que o Rui Marques foi acusado de prevaricação no caso do bar da praia pelo mesmo procurador que arquivou o processo dos licenciamentos.
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