O futuro de Machico não pode ser isto
A escolha do PSD para candidata à Assembleia Municipal de Machico deixou muitos incrédulos. A senhora que agora se apresenta como defensora de Machico e dos machiquenses representa, na prática, tudo o inverso do que apregoa. Basta olhar para o trabalho que desempenha na instituição onde exerce funções para perceber a contradição entre o discurso público e a realidade quotidiana.
Afirma acreditar em Machico e nas pessoas deste concelho, mas curiosamente não demonstra a mesma crença nos funcionários da Santa Casa da Misericórdia de Machico. Baseando-se na sua experiência profissional, será legítimo perguntar: será que pretende também transportar para a política local a mesma postura de perseguição, de menosprezo e de manipulação que marca a sua atuação atual?
Defende rigor nas contas da Câmara de Machico. Mas, se esse rigor for o mesmo que se tem visto na gestão financeira da Santa Casa, os machiquenses têm razões para estar preocupados: multiplicam-se os rumores de desvios e de má gestão.
A candidata chega a afirmar que é uma injustiça não ter sido reposto o feriado municipal de Machico. Mas não será também uma injustiça maior retirar o direito ao dia de aniversário aos funcionários da Santa Casa, direito que antes lhes era reconhecido e que foi retirado sob a sua alçada? Fala em dignificar Machico, mas dignidade é precisamente o que mais lhe falta.
São conhecidas as manobras, as jogadas e as mentiras. São conhecidos os atrasos propositados no pagamento de direitos devidos aos trabalhadores. São conhecidas as histórias de perseguição interna, de pressão sobre colaboradores e de aproveitamento de uma instituição que deveria servir a comunidade para benefício próprio e de familiares próximos. Quem, em Machico, observa a sua postura, percebe que esta candidatura não é pelo concelho, mas sim pelo futuro dela mesma.
A grande questão que se impõe é: como é que Luís Ferreira, que já se mostrou um candidato frágil e sem ideias, considerou que esta senhora seria uma boa opção para a sua lista? Escolher alguém sem uma boa imagem no concelho, sem credibilidade pública e com um historial de polémicas na forma como trata colaboradores e gere uma instituição, só fragiliza ainda mais o PSD de Machico.
O povo machiquense é atento e sabe ver além do discurso ensaiado. Sabe reconhecer quem realmente trabalha pelo concelho e quem apenas se serve dele. E, se o que foi feito na Santa Casa é o espelho do que pretende levar para a Câmara, então Machico pode estar certo de que o futuro não é com esta candidata.