O vencedor não falha, mas as discrepâncias são monumentais.

 

Independentemente da seriedade das sondagens, as diferenças dos que desafiam o PSD é monumental. As duas sondagens mostram resultados muito discrepantes para a Câmara Municipal do Funchal, com apenas dois dias de diferença entre a publicação dos jornais.

No Jornal da Madeira (7 de outubro de 2025)

  • PSD/CDS: 32,9%
  • PS: 15,6%
  • JPP: 9,4%
  • Chega: 7,5%
  • IL: 3,0%
  • CDU: 1,6%
  • Nenhum/NS/NR: 25,1%

Projeção de mandatos: PSD/CDS (6), PS (3), JPP (1), Chega (1)

No Diário de Notícias Madeira (9 de outubro de 2025)

  • PSD/CDS: 46,0%
  • JPP: 18,4%
  • Chega: 13,7%
  • PS: 11,2%
  • IL: 3,0%
  • Outros: abaixo de 2%

A diferença é enorme! O PSD/CDS aparece com +13 pontos percentuais na segunda sondagem; O PS cai de 15,6% para 11,2%; O JPP e o Chega sobem muito (quase duplicam). A ordem dos partidos muda no JM o PS é o segundo, mas no DN aparece em quarto lugar. Tendo em conta que as sondagens foram publicadas com apenas dois dias de intervalo e mostram cenários radicalmente diferentes apesar do vencedor, é legítimo questionar a qualidade, metodologia e representatividade de pelo menos uma delas. Diferenças tão grandes em tão pouco tempo dificilmente se explicam por mudanças reais na opinião pública, apontam antes para problemas de amostragem, formulação das perguntas ou ponderação dos resultados.

Num contexto político local tão relevante como o do Funchal, onde a perceção de tendência pode influenciar o voto útil e a mobilização eleitoral, seria essencial que os órgãos de comunicação divulgassem de forma clara os métodos, margens de erro e fichas técnicas completas de cada sondagem. Só assim é possível avaliar a sua validade e evitar que as sondagens se transformem em instrumentos de influência, em vez de reflexos rigorosos da opinião pública.

Os textos publicados no Madeira Opina têm toda a razão de ser!