E ntão não é que agora andam todos com saudades do camuflado e da bota cardada? Primeiro temos a Dona Trampo lá das Américas, que um dia quer paz, no outro já quer tanques na rua como se estivéssemos no Call of Duty. E depois, cá na nossa bela Madeira, temos figuras que já nem sabemos se ainda andam cá ou se já foram abduzidas por um avião fantasma sim, estamos a falar do Calado, o antigo presidente da Câmara, que um belo dia embarcou e puff! Nunca mais se viu. Foi-se, tipo novela mexicana, só que sem final.
Mas o mais engraçado? É que até ele, na sua fase “apareço-não-apareço”, também era fã da ideia do exército a patrulhar a ilha. Porque, claro, nada diz “turismo de qualidade” como soldados com metralhadoras no Lido, não é verdade?
Agora temos o novo artista da política madeirense, o Senhor Carvalho, que em vez de ideias frescas, anda a reciclar propostas tipo ecoponto da Ribeira Brava. Já só falta dizer que também quer o exército na rua, talvez para “proteger” o povo das filas do Pingo Doce ou das finanças em dia de IRS.
E no meio disto tudo, não podemos esquecer os laranjinhas podres, esses que andam sempre com o discurso de que fizeram muito pela Madeira e até fizeram, sim senhor, belas obras… mas também belos negócios para os do costume. Ai, que memórias tão doces têm eles… e tão amargas para o povo! Porque, no fundo, isto já não tem nada a ver com o bem-estar das pessoas. Isto é só uma luta de três ou quatro bilhetes dourados que querem manter o poder pelo poder. Mandam mais que o povo, mais que os votos, mais que tudo. E o povo? Vai assistindo, calado, como se isto fosse uma tourada com entrada livre.
Vivemos num regime que se diz democrático, mas que cheira a mofo e a autoritarismo disfarçado. Um regime onde as decisões são tomadas em jantares privados, e os interesses do povo vêm sempre depois do bacalhau com natas.
É este o futuro que queremos para a nossa Madeira? Tropas a desfilar no Funchal enquanto o povo tenta estacionar sem levar multa? Um governo que recicla ideias e distribui favores em vez de resolver problemas? Se calhar o próximo passo é mandar vir um porta-aviões para o porto da cidade, só para impressionar os turistas!
No dia 12, pensem bem: querem uma Madeira com mais flores ou com mais fardas? Com mais liberdade ou mais teatro político? Porque entre Trampo, Calado e Carvalho, já só falta o exército abrir uma sede no Mercado dos Lavradores.