Ano novo, vida nova é o desejo otimista que ouvimos desde que somos gente.
É com esse desejo que inicio esta carta que lhe dirijo, Célia Pessegueiro, apelando a que janeiro seja, de facto, o mês em que começa a construir futuro. O nosso, enquanto coletivo social, e o seu, enquanto Presidente do Partido Socialista da Madeira.
Que janeiro seja o mês de uma limpeza profunda e necessária, em que fique de fora quem nunca acrescentou. Comece pela sede e pelo que ali se acumulou ao longo dos anos; poderá surpreender-se com a dimensão dos estragos causados por práticas internas que se foram tornando toleradas. Se tiver a coragem de enfrentar quem "controla as estruturas de base", terá certamente a admiração de muitos camaradas que foram afastados, silenciados ou desvalorizados ao longo do tempo e, quem sabe, alguns poderão regressar como forças ativas e construtivas.
Num partido fragilizado, qualquer sinal de regeneração deve ser acolhido.
Não fique por aqui. Arregace as mangas e analise, com rigor, o estado das suas concelhias e das suas lideranças. Não se deixe intimidar e faça as correções necessárias. De pouco lhe serve manter pessoas que, para lá dos discursos na Assembleia, ocupam cargos por mera conveniência e não por mérito demonstrado. E, já que falamos de mérito, evite perpetuar nomeações cuja origem não resida na competência ou no trabalho realizado. Relações pessoais ou de intimidade nunca podem substituir qualificações nem percurso. O que começa mal raramente acaba bem.
Por último, e porque há muito mais a fazer do que arrumar estruturas, rodeie-se de pessoas novas, com conhecimento, capacidade de trabalho e uma vontade genuína de mudar algo que vá além de interesses pessoais.
Os próximos anos serão difíceis, mas sei que tem em si a resiliência de quem compreende que liderar não é agradar: é decidir. E que, sem ruturas, não há futuro, apenas sobrevivência.
Desejo-lhe um excelente ano.
Que seja, de facto, o ano para construir futuro.
