Qual é o problema com Susana Prada?


H ouve recentemente aqui no CM um inquérito sobre quem será o futuro presidente do PSD, uma das hipóteses, para responder a esse inquérito quero apresentar a Susana Prada. Dito de modo muito simples, a hipótese de Prada ser Presidente do Governo Regional é uma jogada de mestre nas relações públicas da autonomia, seria o cargo eleito de uma mulher mais importante do país (não se esqueçam de que a Maria de Lurdes Ruivo da Silva de Matos Pintasilgo não foi eleita e na lista de precedências, nos cargos eleitos, os governos regionais estão em terceiro lugar - 14º no geral).

E depois, seria uma forma do PSD-M mostrar ao país que é um pioneiro, que a Madeira está na linha da frente do progresso social. Seria também uma forma de dar alento a Mariana Vieira da Silva - que infelizmente ainda não conseguiu passar a perna Pedro Nuno Santos. Isto seria bom para as negociações com a República ou no prestígio da região na esfera nacional, sem dúvida.

Mas temos de ver o outro lado, e não vou aqui versar sobre o carácter da Susana Prada ou das suas competências - apesar de não lhe conhecer uma ideia original. Ela até pode ser competente, e até pode ser da facção do Grupo Pestana - como é Miguel Albuquerque. E não é que Susana Prada vá lidar com os fardos do machismo regional ou algo parecido. O problema da Susana Prada é outro. E aliás Susana Prada enfrenta um problema muito parecido ao de Miguel Albuquerque. Tem um perfil elitista e tecnocrático, sem apelo popular.

As classes populares estão órfãs desde a saída de cena de Jardim e ainda não encontraram um líder. É verdade que são as classes médias urbanas que mandam na Madeira - mas essa gente não precisa de um líder. Essa gente é privilegiada e está de barriga cheia. O PSD-M não pode continuar a sangrar no seu espírito popular. Não pode continuar a dar a impressão de que não se preocupa com o povo. É um erro essa nítida incapacidade de se comunicar com as bases.

Essa falta de talento para animar o povo vai custar caro aos madeirenses. Não é que o PS tenha essa vocação, mas o problema aqui não é o PS. O drama está no Chega. Se o Chega quiser pode buscar as massas populares ao PSD. E isso vai corroer todo o trabalho feito em pôr uma mulher na Quinta Vigia. O PSD abandonou o povo. E isso nota-se. O ressentimento e o embaraço vão acabar por deixar muita gente livre para ir para outros caudilhos.

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Caro autor as duas perguntas foram:

Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 9 de Julho de 2022
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