R ecentemente surgiu uma peça da série de reportagens "Portugal Mudou" sobre a banana da Madeira, no Jornal da Noite da SIC, denominada "David e Golias: quando os bananicultores da Madeira enfrentaram as poderosas multinacionais americanas" (link) com especial ênfase na GESBA - empresa de gestão do setor da banana, como o milagre que salvou o sector da Banana da Madeira.
Quem acompanha o que se passa no sector, pode claramente constatar que se tratou de uma peça jornalística encomendada para limpar a imagem da GESBA na opinião pública madeirense e nacional, com entrevistados que foram escolhidos a dedo:
- Jorge Dias, administrador da GESBA que falou do papel desta empresa no sector da banana e da má gestão das antigas cooperativas que levaram à criação desta empresa pública.
- Mário Jardim Fernandes, administrador da Fajã dos Padres em representação da família Vilhena (durante anos administrador da empresa de eletricidade da Madeira) e que não precisa da banana para nada, a não ser pelo embelezamento que dá à magnífica Fajã dos Padres, vocacionada para o turismo.
- Francisco Abreu, distribuidor de banana na região, que ganhará certamente rios de dinheiro só pelo facto de armazenar e amadurecer banana.
Todos com ligações explícitas ou implícitas ao PSD-M e ao Governo Regional.
Na peça, em momento algum é mencionado o preço pago ao produtor, apenas é mencionado que existe um segmento de mercado disposto a pagar 2,99€/kg por banana da Madeira, mas nada sobre os menos de 0,30€/kg pagos ao produtor e nada sobre o monopólio da GESBA que não permite a criação de outras organizações para o processamento de banana.
Para a devida isenção desta reportagem faltou:
- Mencionar o preço médio pago ao pequeno produtor de banana;
- Falar com algum produtor que realmente se dedique realmente à produção de banana para dela obter rendimento;
- Ouvir o que a ABAMA tem a dizer do setor;
- Ouvir o partido político que mais se tem batido na assembleia regional por uma distribuição mais justa do rendimento da banana.
Só que não! Porque o que importa é limpar a imagem da GESBA na opinião pública, para que esta continue a explorar os bananicultores da Madeira.
Já sabemos que parte da comunicação social regional é tendenciosa. Mas é revoltante quando se veem órgãos de comunicação social nacionais dar palco a reportagens encomendadas que deturpam uma realidade.
Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 27 de Dezembro de 2022
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