S ou um defensor do livre empreendedorismo e do Capital, resumindo sou o que se chama um liberal sem quaisquer conotações políticas. A nível profissional sou o que se chama um pequeno acionista de uma pequena Software House com sede no Dubai. A empresa tem 8 colaboradores bem pagos que trabalham comigo há mais de 2 anos e, até à data, não despedi ninguém, nem nenhum deles rescindiu com a empresa. Sou um Santo? Não! Sou apenas alguém que acha que se pode ganhar dinheiro incentivando aqueles que colaboram comigo e, mais que tudo, tenho orgulho em nunca ter pago a ninguém para conseguir contratos com os maiores fabricantes de Equipamentos Médicos da Europa e dos Estados Unidos que já salvaram muitas vidas. E porquê o Dubai e não a Madeira? Porque não me apetece pagar impostos do meu trabalho que depois vão parar sempre aos bolsos dos mesmos.
Que fique claro que não tenho qualquer sentimento de inveja daqueles que subiram na vida com trabalho e sacrifício, mas tenho alguma relutância em ter empatia com aqueles que utilizam expedientes imorais para enriquecer. Que diferença existe entre um empresário do género e um reles traficante de droga?
Tudo isto a propósito das últimas notícias sobre a famigerada Comissão de Inquérito da Assembleia Regional sobre as “Obras Inventadas” e fiquei estupefacto com aquilo que vi, li e ouvi.
Choca-me principalmente quando se tece determinadas afirmações que ficam quaisquer consequências ou reações dos presentes. Fico mais espantado quando se declara que a sua empresa tem mais de 4000 funcionários e esquece-se de referir que muitos deles são imigrantes temporários mal pagos que, em caso de falência, nunca iriam inflacionar os números do desemprego da Região.
Fico ainda mais incrédulo quando se afirma que 70% do volume de negócios é externo. Externo? No Brasil ou num qualquer paraíso fiscal? Se o volume de negócios externo é 70% do interno então parecem faltar alguns zeros no Relatório e Contas da Sociedade Anónima que gere o grupo de empresas do referido empresário.
Mais espantado fico quando um empresário, que apelida os outros de burros, afirma que o JM dá prejuízo e ao mesmo tempo se esquece de referir se, ao contrário, o Diário dá lucro. Se o auditado tem direito ao silêncio, a primeira questão - que qualquer ilustre deputado presente devia ter feito - é se a empresa dá prejuízo porque é que simplesmente não se liquida ou se cede a participação a outro idiota. Ninguém dos presentes se lembrou de perguntar porque é que se mantêm uma empresa falida em atividade? Será que o único objetivo da sua solvência é apenas propagandear os atos do Governo Regional que está impedido de o fazer diretamente? É o preço a pagar pelos favorecimentos públicos?
Com tanto desplante e incongruências recomenda-se que o senhor empresário quando chegar a sua hora (porque a morte não se consegue comprar) leve todas as faturas para o céu porque é sabido que o São Pedro é um picuinhas incorruptível.
África (dos Toto) interpretado pelo Angel City Chorale:
Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 02 de Março de 2023
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