O voluntariado implícito na Cruz Vermelha é na verdade um misto de sensações. É, de facto, muito prazeroso para quem tem tempo e condições de o fazer. Por isso, há alguma adesão por parte de novo integrantes. O que é que é esperado de um recruta?
TEMPO, físico, estudo, responsabilidade e TEMPO.
Digo TEMPO, em grande, porque é o que realmente interessa para os graus hierárquicos superiores, Coordenação e Presidente. Não interessa ter uma pessoa competente, o voluntário bom é aquele que dá conta dos apoios a eventos: Marítimo, Arraiais, Pai Natal do Fórum e…ainda faz o seu turno semanal. De facto, o madeirense comum pergunta: Mas, o voluntário não devia dar o que pode? Não, na CVP não é assim. Existe quase que uma imposição, para o voluntário fazer entre 2/3 turnos mensais mais os apoios a eventos que vão aparecendo.
O voluntário que não consiga dar conta das expectativas por questões de estudos, familiares ou até mesmo de férias do trabalho (!!!) é obrigado a notificar a coordenação, e se necessário pedir licença de dias/ semanas/mês consoante as necessidades. Acontece que estas licenças nunca são bem vistas, e assim que surgem, é logo um desconforto e um prurido para a coordenação. É então feito o convite: o voluntário a sair ou a ausentar-se da Estrutura tem de entregar a farda e raramente as justificações são muito mal recebidas… (Red Flag do mal agradecimento)
O Presidente da instituição é conivente com esta abordagem, porque quando confrontado pelos voluntários com este tipo de abordagem e desconforto que se gera, é incapaz de ter mão nos assuntos da Estrutura Local de Emergência e permite este tratamento aos Voluntários.
Faz uns meses que a Coordenação mudou de cara. Se ficou pior não sei, mas os números são claros. Neste momento, já não são 150 voluntários como outrora, os números estão reduzidos às dezenas e, com as exigências das missões e as implicações de ter um efetivo numeroso tornam-se um desafio e um desgaste para os próprios.
António Marques, Sociólogo de formação, atual Coordenador, ainda não foi capaz de compreender o fenómeno. Não foi capaz ainda de fazer o diagnóstico, fez umas “trocas”, causou conflitos internos, impôs a saída a uns (por não conseguir dar mais à casa) e já quis abrir uma nova recruta. Foi aberta uma recruta, com o Motto: “Vem sair da tua zona de conforto” - E realmente é verdade. Vão mesmo ficar desconfortáveis depois de saberem que têm de assinar o contrato de obrigatoriedade de serviço à casa em troca da formação providenciada. Isso também foi uma coisa que sempre me fez confusão, mas a malta da recruta de 83 deverá saber explicar.
O Verão está à porta (período de mais Eventos), o Sr. Presidente vai dizer que Sim a tudo, porque a casa precisa de subsistir, mas por consequência, será mais TEMPO exigido ao Voluntário e ninguém está preocupado no bem estar deste, só quando sai ou ausenta-se, que entregue as botas para ir mais leve.
Deste textos e de alguns testemunhos, só depreende-se uma coisa: Andam a tratar mal os voluntários!
Leitura recomendada: A Cruz Vermelha (3-4-2023)
Enviado por Denúncia Anónima.
Terça feira, 4 de Abril de 2023
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