Vote Tiririca, pior que tá não fica!


N ão devo ser o único madeirense a pensar que estas eleições serão um passeio no parque para o PSD-Madeira. Que ninguém tenha dúvidas que está no papo. A sorte de Miguel Albuquerque mostra que ele nasceu com o cú virado para a Lua, mesmo não mostrando trabalho, mesmo com a inflação que temos, mesmo com o custo de vida cada vez maior, mesmo com o preço inacessível das casas, mesmo com o emprego mal remunerado e com o desemprego galopante que temos, Miguel Albuquerque vai ganhar as eleições sem precisar de se esforçar.

Se há quatro anos o PSD tremeu com o Paulo Cafôfo e foi preciso comprar o CDS para governar, agora essa questão já nem se põe. E de quem é a culpa? Do eleitor que temos? Ou de uma oposição cujo objetivo prioritário parece ser uns lugares na Assembleia Regional?

O verdadeiro desespero do eleitor madeirense é não ter alternativa, todos queremos mudar mas não sabemos para qual.

Enganem-se aqueles que julgam que votar no CHEGA ou na Iniciativa Liberal é votar numa alternativa ao PSD. Qual alternativa? Até à data nenhum destes partidos disse para o que veio! Nas últimas eleições regionais o CHEGA obteve 619 votos e a Iniciativa Liberal 762 votos, isto é, 0,43% dos eleitores madeirenses votaram no CHEGA e 0,53% na Iniciativa Liberal. Pelas últimas sondagens verifica-se que esses dois partidos serão os mais beneficiados nestas eleições, não pela mensagem que estão a passar aos eleitores, mas sim graças ao carisma dos seus líderes nacionais.

Resta-nos os Partidos mais pequenos que desta vez podem aproveitar o colapso do PS e o fim do voto útil. Se, em 2019, o voto útil no PS penalizou os pequenos partidos chamados de esquerda, desta vez tudo leva a crer que isso não vai acontecer, sendo uma oportunidade para uma Assembleia Regional mais interventiva e fiscalizadora.

O JPP é o único dos chamados partidos de esquerda que mostrou trabalho na Assembleia Regional, mas que continua teimosamente preso ao limite geográfico da Santa Cruz. Resta-nos então os partidos mais pequenos como o BE (com 2489 votos em 2019), a CDU (com 2.577 votos em 2019), o PTP (com 1.426 votos em 2019) sem esquecer os outros que fazem falta à pluralidade da Assembleia Regional.

É evidente a falta de meios dos pequenos partidos para uma campanha mais assertiva, mas fica difícil de perceber que com o acesso à imprensa regional vedado pelo poder económico, esses partidos não utilizem as plataformas digitais (como o Correio da Madeira e outros) para fazer passar a sua mensagem. Já todos percebemos que no Tribuna da Madeira ainda dão um ar tímido da sua graça, mas isso não chega porque o seu eleitor alvo não lê o Tribuna. Infelizmente, a maioria ainda não percebeu que a mensagem, mesmo que anónima, pode trazer vantagens.

Para os curiosos da pluralidade da imprensa desafio-os a contar o número de vezes em que são notícia na RTP-Madeira, no Diário e no JM, comparativamente aos partidos do governo onde agora subtilmente se inclui o CHEGA e a Iniciativa Liberal. 

Das duas uma. Ou os seus líderes regionais não sabem escrever, ou não têm qualquer assunto que tragam para a opinião pública, de modo a causar danos na política do Partido do poder. Incompreensivelmente, continuam teimosamente a publicar nas suas páginas pessoais das redes sociais julgando que o número de “likes” são votos. Até sinto pena!

Sem alternativas e como não quero votar no PSD, resta-me votar no Tiririca!

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 16 de Junho de 2023
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