N ão, não se trata de espetáculos e performance nessas e noutras empresas. O problema reside na falta de saída para muitos dos alunos que concluem com Sucesso, o seu 12º Ano na área artística da Música, Teatro e Dança. Para os que seguem para o Ensino Superior, a Licenciatura e o Mestrado, o problema é tão só, adiado, até um dia voltarem.
Bem formados, com talento, trabalho árduo das 8 Horas da manhã às 20 horas, estes alunos são incríveis, os professores competentes e a escola forma-os, há mais de 20 anos nestas diversas áreas. Depois de uns começos, por associações, ou outros tipos de convite para atuarem, cai a máscara: estão formados, certificados com nível IV da UE, mas só têm Part-Time e a Casa dos Pais como mundo.
O que dizem os diretores, chefes de divisão, professores, Secretaria da Educação? Tendo a Madeira uma indústria tão forte como o Turismo, aberta todo o ano e com animação musical e artística todos os dias, como é que ainda não surgiu um Programa de Emprego Jovem Artista, nas mesmas características de outros existentes, com interligação do Governo Regional, ACIF (representante dos hotéis) e os grandes grupos hoteleiros madeirenses? Os alunos formados nas artes de palco, certificados nos seus diplomas e no palco, nas diferentes áreas da música, teatro e dança, são as pessoas ideais para revolucionar a Animação Musical bem todas as vertentes de palco e espetáculo dos nossos hotéis, com profissionalismo e imaginação, tornando as noites destes lugares vivas e atuais.
A animação existente diariamente nestes espaços de 4 e 5 estrelas, não é compatível com a pomposa ideia de um destino de luxo, de primeiro mundo e dos prémios internacionais. Um pouco por todo o lado (salvo as honrosas exceções de músicos e cantores com carreira, prestígio e reconhecimento do público e dos pares), a música faz-se à volta do computador portátil e dos equipamentos digitais de acompanhamento musical, tocando ou cantando por cima daquilo que vem já pré-gravado. Entregue a músicos-empresários, associações… " com fins lucrativos", animadores-maus cantores promovidos a diretores de animação dos espaços e outros, bem conhecidos como vigaristas das artes, estas agendas diárias, semanais, mensais e anuais, não trazem nada de novo. A ideia é baixar o preço do cachet e aumentar o lucro de quem subcontrata. Por tal motivo, o ‘’target’’ da contratação são os amadores, os curiosos e os estrangeiros de economias fracas, chegando estes com muita frequência nos últimos dois anos. O pouco que se paga cá, por quem subarrenda talento, é motivo para maravilhar o ‘’descendente de madeirenses’’ ou o que fala ‘’português cantado’’. Para eles, feitas as contas para as suas moedas nacionais, aceitam que é um regalo. Até prova em contrário, nenhum destes intervenientes estrangeiros, na noite musical e artística tem um Curso e Certificação como os nossos jovens. Fiscalização? Não há. Bom senso também não!
No dia 24 de setembro de 2023, realiza-se mais um «Festival Regional»! É provável que o vencedor seja o mesmo concorrente que venceu as últimas duas edições. Apregoado e bem conhecido o seu apoio à música, neste caso específico, nada fez. Não confundir um programa de apoio a contratação jovem músico, ator, bailarino com, o atirar dinheiro para cima das associações, pagando dois ou três espetáculos num ano civil. As associações são amadoras, não pagam salários, não fazem descontos, ligam-se ao orçamento como as lapas a uma rocha. Não é disso que falamos aqui.
Ao longo dos últimos 20 anos, muitos jovens madeirenses, Certificados na área artística, com exemplos dados e concursos ganhos perante júris internacionais um dia perderam o sonho e ganharam maturidade. Precisaram pagar contas e fazer vida.
Vamos começar mais um ano letivo nas Artes de Palco. O Pingo Doce, a Worten ou a Hertz contratam-nos de certeza, para outra função. Eles aceitam. Uma pena!
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 4 de Setembro de 2023
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