O poder de perverter.


H á duas coisas sinistras a acontecer durante a campanha, deve haver muitas mais porque é época de esconder e embevecer incautos. A maior barraca, monumental, foi o roubo dos nossos dados no Sesaram pelos quais ninguém se responsabiliza e a voltamos a tática de deixa andar que eles esquecem, mas há outras duas.

Curiosamente, no mesmo dia, não sei se hoje houve algum tiro de partida ou é do regresso das férias, dois políticos confirmam o que se vê e suspeita. Todos já percebemos que a cidade do Funchal parece uma panela de milho rei que começou a aquecer e saltam pipocas por todo lado, falo de obras! Parece que "é agora ou nunca" para perpetrar todas as agressões desejadas. Na nossa câmara está um Presidente que esteve presente na era em que se aprovou o Savoy do seu patrão e se "agrediu" todos os interesses da cidade e da sua paisagem, do património histórico edificado e especialmente dos vizinhos a norte do mamarracho na Avenida do Infante que ganharam sombra para o resto da vida, só os interesses de alguns contam.

Hoje em dia, há muitos amigos do poder "do agora ou nunca" que estão a ver licenciamentos perversos e contra as regras no que diz respeito à altura, à volumetria, no recuo com cedência de faixa para o bem público (estão a nascer os passeios intermitentes), no uso para outros fins de áreas consignadas no PDM, etc.

É interessante perceber como, neste momento, centenas de amigos do poder, à revelia das regras e ficando dívidas de favor usadas em campanha, estão a conseguir licenciamentos e, um colosso europeu, que traz obra para fazer, está a "amarelar" porque atenta contra o irmão do edil (link), contra o monopólio da carga marítima, contra um terreno desejado pelo patrão do edil, etc. Da ACIF nem uma palavra. A CMF ficou de repente rigorosa neste caso perante o bordel urbanístico a que assistimos. Tudo isto é completamente negativo mas consegue-se tirar um pormenor positivo, a internacionalização da situação da Madeira por toda a cadeia, em especial na Alemanha. Que o passa palavra seja cada vez mais, a ver se acaba a "mama" do dinheiro da Europa consumido pelos ciganos do Atlântico em parceria com todo tipo de gente duvidosa que para cá vem. A Madeira é o que os madeirenses quiserem, mas não é certamente "Europa".


Estamos numa era em que políticos fracos, dependentes de lóbis (são seus peões para servi-los) e aflitos pelos votos que legitimam poder e viabilizam todas  negociatas que enriquecem, não sabem dizer que não aos apetites e caprichos. Nunca me esqueço dos vicentinos instrumentalizados e ignorantes a pedir a Estrada das Ginjas e Albuquerque a dar força. Eu posso dizer que são ignorantes, faço a vez de quem não pode dizer a verdade e de como são instrumentalizados pelo poder.

A generalidade dos madeirenses tem um grave problema de discernimento, não se pode dizer mal de nada porque é ser contra a Madeira, a tal que depois se confunde com o poder. É essa atitude e a legitimação continuada do poder (47 anos) que está a trazer a terreiro a ideia de propriedade do poder e da democracia, onde todo um gangue de interesses de partidos, políticos em nome próprio, lóbis, monopólios, concessões e oligarcas, o Parlamento, a comunicação social e a Justiça colaboram para manter a autocracia sempre que solicitado. A Madeira não é diferente da Rússia, é por isso que não somos "Europa".

O que importa é fazer favores, fechar os olhos, ir contra a lei e o PDM, alimentar a ignorância e a ambição, distrair com festas. Um dia, depois de tanto ouro, seremos um destino que é um lixo ... da maneira como isto vai, pelas regras da América Latina. É uma irresponsabilidade satisfazer as massas ignorantes que só pensam em si, porque nunca lhes foi dado o poder para sentir como se abre precedentes que fogem das mãos e geram injustiças sem fim. Ao fim dos primeiros quatro anos de Calado haverá muitos lesados.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 31 de agosto de 2023
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