Uma outra forma de encontrar a corrupção

Se calhar não temos inocentes nos 47 anos de vitórias do PSD-M

D izem que há uma relação próxima entre o subdesenvolvimento e a corrupção, melhor dizendo, regiões ou países com grande presença de corrupção apresentam quadros sociais em falência e nós temos pobreza e passamos por um Inverno Demográfico. Albuquerque falou da classe média como se não fosse nada com ele, e temos um quadro de pobreza vergonhoso, atendendo ao tempo que recebemos fundos comunitários, vergonhoso por sermos uma região com pouca população e fácil de governar (somos mais pequenos do que alguns concelhos no continente).

Será que a pobreza na Madeira é uma cara visível da corrupção?

Quando se fala só do político e do governante para justificar a corrupção não está certo, há toda uma estrutura. Certamente que alguns são "corruptos" porque a instrumentalização ou falência dos serviços públicos levam à cunha e ao jeitinho. Quem recebe um jeitinho depois defende o corrupto e suaviza as situações, por isso o corrupto tende a ser reeleito, porque não tem uma relação por argumento ou ideário mas uma relação de interesse a manter. Assim nasce o "rouba, mas faz", "os outros são iguais ou piores". Até quem legisla e deixa portas dos fundos é um incitador de corrupção.

A aceitação, ou melhor, a condescendência com governantes e políticos corruptos permite-lhes difamar, mentir e caluniar para alcançar o poder. Tendo a comunicação social como aliada, facilita. Abandonamos há algum tempo a campanha eleitoral assente em debate de ideias ou de um programa de governo para passar a uma negociação do voto aos particulares e a leilões de negociatas para empresas. Até me lembro do "ajudei, ajudem-me", que slogan...

A par desta realidade, temos um dos principais promotores da corrupção: a impunidade. Como o sucesso do corrupto é materializado por não haver fiscalização ou punição, a sociedade vai acumulando informação e se convencendo a fazer o mesmo. Assim se perverte os valores da democracia, da Justiça, em suma dos fundamentos da democracia, o cidadão torna-se corrupto e tolera a corrupção. Quando é engenhosa e fundamentada por "legalidade engenhosa" até dizem que "ele soube fazer as coisas".

Assim se começa a montar uma democracia ao contrário, que é autoritarismo e ditadura maquilhada, até por jornalistas que fazem crer que toda esta situação é normal omitindo notícias e evitando jornalismo de investigação. Assim os eleitores querem provar o sucesso mantendo o esquema.

Até ao dia que faz um grande boom como se fosse a queda de um negócio de pirâmide. Já nos aconteceu.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
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