N ão se consegue servir o poder que dá dinheiro para manter o órgão de comunicação social e ter jornalistas idóneos ao mesmo tempo. O que os jornalistas sentem é que devem estar com quem lhes paga e odeiam quem chama à atenção sobre a independência que devem ter. Alguns jornalistas começam a atuar com os mesmos tiques dos militantes mais caciques do PSD. Alguns perderam o discernimento ao conviver e receber favores.
Passam de jornalistas a agradecidos que aceitaram o arrastar da asa do poder, que explora abusivamente as necessidades básicas, nada funciona normalmente.
Ser jornalista dá proximidade ao poder, ao fim de um tempo, em meio pequeno, a proximidade torna-se amizade, cumplicidade, conhecem-se, facilitam e ambas as partes cedem no que a outra precisa, um favor, uma cunha, um emprego, um abreviar na saúde, uma atenção para ter prioridade em processos, fretes jornalísticos, convívios, acaba em roda viva ...
Há que não perceba o recato que algumas profissões devem ter.
Por quem vai tirar um jornalista entre um governante apanhado e agarrado, e uma pessoa que diga a verdade? Há muitas semânticas que tentam atenuar de um lado para abrandar a razão do outro, mas acusações de um lado são de corrupçao, atentar contra o Estado de Direito, violação das regras de contratação, tráfico de influências ... e do outro, o delito de opinião e o anónimo para não ser passado a ferro pela máfia no sentido que quiserem?
Somando a maioria dos jornalistas a tentar o mesmo, usar a influência para colher benefícios, temos um órgão de informação com os seus ódios de estimação, que coincidem com os mesmos dos políticos e governantes da sua relação de proximidade.
Este domingo vi um jornalista a se mostrar irritado por ser escrutinado, deve-se ao facto desta profissão na Madeira estar em perda de credibilidade e, aos domingos, parece uma caça às bruxas a todos aqueles que atrapalham o esquema e o sistema. Os jornalistas revelam-se claramente em missão de conservação dos seus patrões e do poder, quando simplesmente deveriam estar à margem de tudo a noticiar com independência. Infelizmente participam.
O anonimato é desconsiderado pelo jornalista deste domingo, como que por trás só estivessem indigentes, uma escumalha, uns covardes, porque se sente com o mesmo poder dos seus patrões e do governo para o fazer, estão na "equipa". É uma valentia ese tipo de uso indevido do poder, e não consegue ver o outro lado. Não se faça tonto, sabe de tudo, mas não lhe interessa essa narrativa.
Ao destratar desta forma, o jornalista que se sente importante e protegido (portanto não covarde na terminologia do poder absoluto) não faz ideia do que enfrenta, os motivos e as pessoas, se estão perto ou longe, mas acha que é tão forte como o jornal dos seus patrões e do Governo.
Conserve-se para todos os tempos, este anda a cambalear. Cuidado com a transversalidade do CM, com um tombo do poder veremos muitos que afinal não votavam PSD e não concordam com nada disto, por terem mais juízo do que os jornalistas e zelam pela sua autonomia...
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26 jan 2024 - Henrique Monteiro - Jornal Expresso. |
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 14 de julho de 2024
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